Abraços, Paz de Cristo.
O absurdo da vida sem Deus
por William Lane Craig
O ser humano, escreve Loren Eisley, é o órfão cósmico. Ele é a única criatura no universo que pergunta: “Por quê?” Os outros animais têm instintos para guiá-los, mas o ser humano aprendeu a fazer perguntas.
“Quem sou eu”, pergunta o ser humano. “Por que estou aqui? Para onde estou indo?” Desde o iluminismo, quando se desvencilhou das amarras da religião, o ser humano tentou responder a essas perguntas sem fazer referência a Deus. Só que as respostas que vieram não foram alegres, mas escuras e terríveis. “Você é o subproduto acidental da natureza, um resultado de matéria mais tempo mais mudança. Não há razão para a sua existência. A morte é tudo o que você tem pela frente.”
O homem moderno pensou que, depois que se livrou de Deus, tinha ficado livre de tudo o que o reprimia e sufocava. Em vez disso, descobriu que, ao matar Deus, matara também a si próprio. Isso porque, se não há Deus, a vida humana é um absurdo.
Se Deus não existe, tanto o ser humano quanto o universo estão inevitavelmente condenados à morte. O ser humano, como todos os organismos biológicos tem de morrer. Sem esperança de imortalidade, sua vida apenas caminha para o túmulo. Sua vida não passa de uma faísca na escuridão infinita, uma fagulha que aparece, reluz e morre para sempre. Comparada com a extensão infinita do tempo, a duração da vida do ser humano é apenas um momento infinitesimal; mesmo assim, isso é tudo da vida que ele jamais conhecerá. Por isso, cada um tem de defrontar-se com o que o teólogo Paul Tilich chamou de “a ameaça de não ser”. Pois apesar de eu saber que existo, que estou vivo, também sei que algum dia não existirei mais, que não serei mais, que morrerei. Esse pensamento é assustador e ameaçador: pensar que a pessoa que chamo de “eu” deixará de existir, que eu não serei mais!
Recordo perfeitamente a primeira vez que meu pai me disse que um dia eu haveria de morrer. De algum modo, quando criança esse pensamento nunca me havia ocorrido. Quando ele o disse, fiquei cheio de temor e de tristeza insuportável. E apesar de ele tentar várias vezes garantir-me que isso ainda estava muito distante, isso não me parecia importar. Mais cedo ou mais tarde, o fato inegável era que eu morreria e não existiria mais, e esse pensamento tomou conta de mim. Depois de algum tempo, como todos nós, cresci e simplesmente aceitei o fato. Aprendemos a conviver com o que é inevitável. Mas as impressões da crianças continuam verdadeiras. Como observou o existencialista francês Jean-Paul Sartre, algumas horas ou alguns anos não fazem diferença, uma vez que você perdeu a eternidade.
Venha cedo ou tarde, a perspectiva de morte e a ameaça de não ser é um horror terrível. Contudo, certa vez encontrei um estudante que não sentia essa ameaça. Ele disse que fora criado numa fazenda e estava acostumado a ver os animais nascer e morrer. A morte para ele era simplesmente natural – parte da vida, por assim dizer. Fiquei perplexo com nossas diferentes perspectivas da morte e tive dificuldades para compreender por que ele não sentia a ameaça de não ser. Anos mais tarde, creio que encontrei a resposta lendo Sartre. Ele observou que a morte não é ameaçadora enquanto a vemos como a morte do outro, de certo modo da perspectiva da terceira pessoa. É somente quando a interiorizamos e olhamos do ponto de vista de primeira pessoa – “minha morte; eu vou morrer” – que a ameaça de não ser se torna real. Sartre mostra que muitas pessoas nunca assumem essa perspectiva de primeira pessoa em meio à vida; pode-se até olhar para a própria morte da perspectiva da terceira pessoa, como se fosse a morte de outro ou até de um animal, como fez o meu amigo estudante. O significado existencial verdadeiro da minha morte, contudo, só pode ser entendido do ponto de vista de primeira pessoa, quando compreendo que vou morrer e deixar de existir para sempre. Minha vida é apenas uma transição momentânea entre um esquecimento e outro.
O universo também encara a morte. Os cientistas nos dizem que o universo está em expansão, e que tudo que há nele está ficando cada vez mais distante. Com isso ele fica cada vez mais frio, e sua energia vai se gastando. Um dia todas as estrelas perderão seu calor e toda matéria se tornará em estrelas mortas e buracos negros. Não haverá mais luz, não haverá mais calor, não haverá mais vida, apenas estrelas e galáxias mortas, sempre se expandindo em trevas sem fim e extremidades frias do espaço – um universo em ruínas. Todo o universo se encaminha de modo irreversível para o túmulo. Assim, não só a vida de cada pessoa está condenada; toda a raça humana está condenada. O universo está se precipitando em direção à extinção inevitável – a morte está encravada em toda a sua estrutura. Não há escapatória. Não há esperança.
“Quem sou eu”, pergunta o ser humano. “Por que estou aqui? Para onde estou indo?” Desde o iluminismo, quando se desvencilhou das amarras da religião, o ser humano tentou responder a essas perguntas sem fazer referência a Deus. Só que as respostas que vieram não foram alegres, mas escuras e terríveis. “Você é o subproduto acidental da natureza, um resultado de matéria mais tempo mais mudança. Não há razão para a sua existência. A morte é tudo o que você tem pela frente.”
O homem moderno pensou que, depois que se livrou de Deus, tinha ficado livre de tudo o que o reprimia e sufocava. Em vez disso, descobriu que, ao matar Deus, matara também a si próprio. Isso porque, se não há Deus, a vida humana é um absurdo.
Se Deus não existe, tanto o ser humano quanto o universo estão inevitavelmente condenados à morte. O ser humano, como todos os organismos biológicos tem de morrer. Sem esperança de imortalidade, sua vida apenas caminha para o túmulo. Sua vida não passa de uma faísca na escuridão infinita, uma fagulha que aparece, reluz e morre para sempre. Comparada com a extensão infinita do tempo, a duração da vida do ser humano é apenas um momento infinitesimal; mesmo assim, isso é tudo da vida que ele jamais conhecerá. Por isso, cada um tem de defrontar-se com o que o teólogo Paul Tilich chamou de “a ameaça de não ser”. Pois apesar de eu saber que existo, que estou vivo, também sei que algum dia não existirei mais, que não serei mais, que morrerei. Esse pensamento é assustador e ameaçador: pensar que a pessoa que chamo de “eu” deixará de existir, que eu não serei mais!
Recordo perfeitamente a primeira vez que meu pai me disse que um dia eu haveria de morrer. De algum modo, quando criança esse pensamento nunca me havia ocorrido. Quando ele o disse, fiquei cheio de temor e de tristeza insuportável. E apesar de ele tentar várias vezes garantir-me que isso ainda estava muito distante, isso não me parecia importar. Mais cedo ou mais tarde, o fato inegável era que eu morreria e não existiria mais, e esse pensamento tomou conta de mim. Depois de algum tempo, como todos nós, cresci e simplesmente aceitei o fato. Aprendemos a conviver com o que é inevitável. Mas as impressões da crianças continuam verdadeiras. Como observou o existencialista francês Jean-Paul Sartre, algumas horas ou alguns anos não fazem diferença, uma vez que você perdeu a eternidade.
Venha cedo ou tarde, a perspectiva de morte e a ameaça de não ser é um horror terrível. Contudo, certa vez encontrei um estudante que não sentia essa ameaça. Ele disse que fora criado numa fazenda e estava acostumado a ver os animais nascer e morrer. A morte para ele era simplesmente natural – parte da vida, por assim dizer. Fiquei perplexo com nossas diferentes perspectivas da morte e tive dificuldades para compreender por que ele não sentia a ameaça de não ser. Anos mais tarde, creio que encontrei a resposta lendo Sartre. Ele observou que a morte não é ameaçadora enquanto a vemos como a morte do outro, de certo modo da perspectiva da terceira pessoa. É somente quando a interiorizamos e olhamos do ponto de vista de primeira pessoa – “minha morte; eu vou morrer” – que a ameaça de não ser se torna real. Sartre mostra que muitas pessoas nunca assumem essa perspectiva de primeira pessoa em meio à vida; pode-se até olhar para a própria morte da perspectiva da terceira pessoa, como se fosse a morte de outro ou até de um animal, como fez o meu amigo estudante. O significado existencial verdadeiro da minha morte, contudo, só pode ser entendido do ponto de vista de primeira pessoa, quando compreendo que vou morrer e deixar de existir para sempre. Minha vida é apenas uma transição momentânea entre um esquecimento e outro.
O universo também encara a morte. Os cientistas nos dizem que o universo está em expansão, e que tudo que há nele está ficando cada vez mais distante. Com isso ele fica cada vez mais frio, e sua energia vai se gastando. Um dia todas as estrelas perderão seu calor e toda matéria se tornará em estrelas mortas e buracos negros. Não haverá mais luz, não haverá mais calor, não haverá mais vida, apenas estrelas e galáxias mortas, sempre se expandindo em trevas sem fim e extremidades frias do espaço – um universo em ruínas. Todo o universo se encaminha de modo irreversível para o túmulo. Assim, não só a vida de cada pessoa está condenada; toda a raça humana está condenada. O universo está se precipitando em direção à extinção inevitável – a morte está encravada em toda a sua estrutura. Não há escapatória. Não há esperança.
O absurdo da vida sem Deus e sem imortalidade
Se não há Deus, o ser humano e o universo estão condenados. Como prisioneiros condenados à morte, esperamos nossa execução inevitável. Não há Deus, e não há imortalidade. E qual a conseqüência disso? Significa que a própria vida é um absurdo. Significa que a vida que temos não tem sentido fundamental, valor ou propósito. Vejamos esses três conceitos mais de perto:
Não há sentido fundamental sem imortalidade e sem Deus
Se cada pessoa deixa de existir quando morre, que sentido fundamental pode ser dado à sua vida? Realmente faz diferença se ela existiu? Pode ser dito que sua vida foi importante porque influenciou outros ou afetou o curso da história. Mas isso mostra apenas um significado relativo da sua vida, não um sentido fundamental. Sua vida pode ter importância relativa a certos acontecimentos, mas qual é o sentido fundamental desses acontecimentos? Se todos os acontecimentos não têm sentido, então que sentido fundamental pode haver em influenciá-los? No final das contas, não faz diferença.
Olhe para isso de outro ponto de vista: os cientistas dizem que o universo se originou de uma explosão que chamam de “Big Bang”, há mais ou menos 15 bilhões de anos. Imagine que o “Big Bang” nunca tenha ocorrido. Imagine que o universo nunca tenha existido. Que diferença fundamental isso faria? O universo está mesmo fadado a morrer. No fim, não faz diferença se ele realmente existiu ou não. Por isso ele não tem sentido fundamental.
O mesmo vale para a raça humana. A humanidade está condenada em um universo moribundo. Uma vez que um dia deixará de existir, não faz diferença fundamental se ela alguma vez existiu. A humanidade, assim, não tem mais importância do que um enxame de mosquitos ou uma vara de porcos, pois seu fim é idêntico. O mesmo processo cósmico cego que a vomitou no início um dia acabará por engoli-la.
O mesmo se aplica a cada pessoa. As contribuições dos cientistas para o avanço do conhecimento humano, as pesquisas dos médicos para aliviar dor e sofrimento, os esforços dos diplomatas para promover a paz no mundo, os sacrifícios de pessoas boas para melhorar a sorte da raça humana – tudo isso não dá em nada. No fim, não farão nenhuma diferença, nem um pouquinho. A vida de cada pessoa, portanto, não tem sentido fundamental. E se, no final das contas, nossa vida não tem sentido, as atividades com que a preenchemos também não têm sentido. As longas horas gastas em estudo na universidade, os empregos, os interesses, as amizades – tudo isso é, em última análise, totalmente sem sentido. É isto que apavora o homem moderno: já que ele acaba em nada, ele é nada.
Contudo, é importante perceber que o ser humano não precisa apenas de imortalidade para que sua vida faça sentido. A mera continuação da existência não dá sentido a essa existência. Se o ser humano e o universo pudessem existir para sempre, mas não houvesse Deus, sua existência ainda não teria sentido fundamental. Certa vez li uma história de ficção científica em que um astronauta foi abandonado em uma rocha deserta perdida no espaço sideral. Ele levava consigo dois frascos, um contendo veneno e outro, uma poção que o faria viver para sempre. Compreendendo seu predicamento, ele engoliu o veneno. Mas então, para seu horror, descobriu que abrira o frasco errado – bebera a poção da imortalidade. E isso significava que ele estava condenado a existir para sempre – numa vida sem sentido e sem fim. Muito bem; se Deus não existe, nossa vida é como a desse astronauta. Ela pode durar para sempre, e mesmo assim não ter sentido. Ainda poderíamos perguntar à vida: “E daí?” Portanto, o ser humano não precisa apenas de imortalidade para que sua vida tenha sentido fundamental; ele necessita de Deus e de imortalidade. E se Deus não existe, ele não tem nenhum dos dois.
O homem do século vinte veio a compreender isso. Leia À espera de Godot, de Samuel Beckett. Durante toda essa peça, dois homens estão ocupados numa conversa trivial, enquanto esperam um terceiro que nunca aparece. Nossa vida é assim, Beckett está dizendo: simplesmente matamos o tempo esperando – o quê, não sabemos. Num trágico retrato do ser humano, Beckett escreveu outra peça em que a cortina se abre para mostrar o palco cheio de lixo. Por trinta longo segundos, a platéia olha atônita, em silêncio, para aquele lixo. Então a cortina se fecha. Isso é tudo.
Um dos romances mais devastadores que já li foi O lobo da estepe, de Hermann Hesse. No fim do romance, Harry Haller fica olhando para si mesmo em um espelho. No curso da sua vida ele experimentara tudo o que o mundo oferece. E agora está olhando para si mesmo, e resmunga: “Ah, o sabor amargo da vida!” Ele cospe em si mesmo no espelho e, depois o estilhaça com chutes. Sua vida foi fútil e sem sentido.
Os existencialistas franceses Jean-Paul Sartre e Albert Camus também compreenderam isso. Sartre retratou a vida em sua peça Sem saída como o inferno – a última linha da peça são as palavras resignadas: “Bem, continuemos com isso”. Por isso Sartre escreve em outro texto sobre a “náusea” da existência. Camus também considerava a vida absurda. No fim do seu curto romance O estranho, o herói de Camus descobre num lampejo de compreensão que o universo não tem sentido e que não existe um Deus que lhe dê sentido. O bioquímico francês Jacques Monod pareceu refletir os mesmos sentimentos quando escreveu em sua obra Acaso e necessidade: “O ser humano finalmente sabe que está sozinho na imensidão indiferente do universo”.
Portanto, se Deus não existe, a própria vida se torna sem sentido. O ser humano e o universo não têm sentido fundamental.
Olhe para isso de outro ponto de vista: os cientistas dizem que o universo se originou de uma explosão que chamam de “Big Bang”, há mais ou menos 15 bilhões de anos. Imagine que o “Big Bang” nunca tenha ocorrido. Imagine que o universo nunca tenha existido. Que diferença fundamental isso faria? O universo está mesmo fadado a morrer. No fim, não faz diferença se ele realmente existiu ou não. Por isso ele não tem sentido fundamental.
O mesmo vale para a raça humana. A humanidade está condenada em um universo moribundo. Uma vez que um dia deixará de existir, não faz diferença fundamental se ela alguma vez existiu. A humanidade, assim, não tem mais importância do que um enxame de mosquitos ou uma vara de porcos, pois seu fim é idêntico. O mesmo processo cósmico cego que a vomitou no início um dia acabará por engoli-la.
O mesmo se aplica a cada pessoa. As contribuições dos cientistas para o avanço do conhecimento humano, as pesquisas dos médicos para aliviar dor e sofrimento, os esforços dos diplomatas para promover a paz no mundo, os sacrifícios de pessoas boas para melhorar a sorte da raça humana – tudo isso não dá em nada. No fim, não farão nenhuma diferença, nem um pouquinho. A vida de cada pessoa, portanto, não tem sentido fundamental. E se, no final das contas, nossa vida não tem sentido, as atividades com que a preenchemos também não têm sentido. As longas horas gastas em estudo na universidade, os empregos, os interesses, as amizades – tudo isso é, em última análise, totalmente sem sentido. É isto que apavora o homem moderno: já que ele acaba em nada, ele é nada.
Contudo, é importante perceber que o ser humano não precisa apenas de imortalidade para que sua vida faça sentido. A mera continuação da existência não dá sentido a essa existência. Se o ser humano e o universo pudessem existir para sempre, mas não houvesse Deus, sua existência ainda não teria sentido fundamental. Certa vez li uma história de ficção científica em que um astronauta foi abandonado em uma rocha deserta perdida no espaço sideral. Ele levava consigo dois frascos, um contendo veneno e outro, uma poção que o faria viver para sempre. Compreendendo seu predicamento, ele engoliu o veneno. Mas então, para seu horror, descobriu que abrira o frasco errado – bebera a poção da imortalidade. E isso significava que ele estava condenado a existir para sempre – numa vida sem sentido e sem fim. Muito bem; se Deus não existe, nossa vida é como a desse astronauta. Ela pode durar para sempre, e mesmo assim não ter sentido. Ainda poderíamos perguntar à vida: “E daí?” Portanto, o ser humano não precisa apenas de imortalidade para que sua vida tenha sentido fundamental; ele necessita de Deus e de imortalidade. E se Deus não existe, ele não tem nenhum dos dois.
O homem do século vinte veio a compreender isso. Leia À espera de Godot, de Samuel Beckett. Durante toda essa peça, dois homens estão ocupados numa conversa trivial, enquanto esperam um terceiro que nunca aparece. Nossa vida é assim, Beckett está dizendo: simplesmente matamos o tempo esperando – o quê, não sabemos. Num trágico retrato do ser humano, Beckett escreveu outra peça em que a cortina se abre para mostrar o palco cheio de lixo. Por trinta longo segundos, a platéia olha atônita, em silêncio, para aquele lixo. Então a cortina se fecha. Isso é tudo.
Um dos romances mais devastadores que já li foi O lobo da estepe, de Hermann Hesse. No fim do romance, Harry Haller fica olhando para si mesmo em um espelho. No curso da sua vida ele experimentara tudo o que o mundo oferece. E agora está olhando para si mesmo, e resmunga: “Ah, o sabor amargo da vida!” Ele cospe em si mesmo no espelho e, depois o estilhaça com chutes. Sua vida foi fútil e sem sentido.
Os existencialistas franceses Jean-Paul Sartre e Albert Camus também compreenderam isso. Sartre retratou a vida em sua peça Sem saída como o inferno – a última linha da peça são as palavras resignadas: “Bem, continuemos com isso”. Por isso Sartre escreve em outro texto sobre a “náusea” da existência. Camus também considerava a vida absurda. No fim do seu curto romance O estranho, o herói de Camus descobre num lampejo de compreensão que o universo não tem sentido e que não existe um Deus que lhe dê sentido. O bioquímico francês Jacques Monod pareceu refletir os mesmos sentimentos quando escreveu em sua obra Acaso e necessidade: “O ser humano finalmente sabe que está sozinho na imensidão indiferente do universo”.
Portanto, se Deus não existe, a própria vida se torna sem sentido. O ser humano e o universo não têm sentido fundamental.
Não há valor fundamental sem imortalidade e sem Deus
Se a vida termina no túmulo, não faz diferença se nossa vida foi como a de Stalin ou a de um santo. Se nosso destino, no fim das contas, não tem relação com nossa conduta, cada um pode viver como quiser. Como Dostoyevsky disse: “Se não há imortalidade, todas as coisas são permitidas”. Com base nisso, um escritor como Ayn Rand está totalmente correto em louvar as virtudes do egoísmo. Viva totalmente para si; você não deve satisfações a ninguém! Na verdade, seria tolice viver de qualquer outra forma, porque a vida é curta demais para desperdiçá-la agindo de outra forma a não ser em interesse próprio. Sacrificar-se por outra pessoa seria burrice. Kai Nielsen, filósofo ateu que tenta defender a viabilidade da ética sem Deus, no fim admite:
O problema, porém, torna-se ainda pior. Porque, apesar da imortalidade, se não há Deus, não pode haver padrões objetivos do que é certo e errado. Tudo o que está diante de nós, nas palavras de Jean-Paul Sartre, é o fato nu e sem valor da existência. Os valores morais são simples expressões de gosto pessoal ou subprodutos da evolução e do condicionamento sócio-biológico.
Nas palavras de um filósofo humanista: “Os princípios morais que regem nossa conduta estão arraigados em hábitos e costumes, sentimentos e modas”[2]. Num mundo sem Deus, quem dirá quais valores são corretos e quais são errados? Quem julgará que os valores de Adolf Hitler são inferiores aos de um santo? O conceito de moralidade perde todo o sentido num universo sem Deus. Um ético ateu contemporâneo disse: “Afirmar que algo é errado porque [...] é proibido por Deus é [...] perfeitamente compreensível para alguém que crê em um deus legislador. Mas dizer que algo é errado [...] apesar de não existir um deus que o proíba não é compreensível [...] O conceito de obrigação moral [é] incompreensível sem a idéia de Deus. As palavras permanecem mas seu sentido se foi.”[3] Em um mundo sem Deus, não pode haver certo e errado objetivos, somente nossos juízos subjetivos, cultural e pessoalmente relativos. Isso significa que é impossível condenar guerra, opressão ou crime como maus. Também não podemos louvar fraternidade, igualdade e amor como bons. Porque em um universo sem Deus, bem e mal não existem – existe apenas o fato nu e sem valor da existência, e não há ninguém para dizer que você está certo e eu errado.
Não há propósito fundamental sem imortalidade e sem Deus
Se a morte nos espera de braços abertos no fim do curso da nossa vida, qual é o objetivo da vida? Com que fim ela foi vivida? Tudo foi a troco de nada? Não há razão para a vida? E o que dizer do universo? Ele é completamente sem razão? Se seu destino é um túmulo frio nas extremidades do espaço sideral, a resposta tem de ser sim – ele não tem razão de ser. Não há alvo, não há propósito para o universo. O lixo de um universo morto simplesmente continuará a se expandir – para sempre.
E o ser humano? Será que existe algum propósito para a raça humana? Ou será que ela simplesmente desaparecerá algum dia perdida no esquecimento de um universo indiferente? O escritor inglês H. G. Wells anteviu essa perspectiva. Em seu romance A máquina do tempo, o viajante no tempo avança para
o futuro, a fim de descobrir o destino do ser humano. Tudo o que ele encontra é terra morta, com a exceção de alguns liquens e musgos, orbitando em torno de um gigantesco sol vermelho. Os únicos sons são o sopro do vento e o marulhar das ondas do oceano. “Com exceção desses sons sem vida”, escreve Wells, “o mundo estava em silêncio. Silêncio? Seria difícil descrever como tudo estava quieto. Todos os sons das pessoas, o balido das ovelhas, o canto dos pássaros, o zumbir dos insetos, o movimento que forma o pano de fundo da nossa vida – tudo havia passado”[4] E assim o viajante no tempo de Wells voltou para casa. Mas para quê? – para um mero ponto anterior na corrida em direção ao esquecimento. Quando eu, ainda nâo cristão, li o livro de Wells, pensei: “Não! Não! Não pode terminar assim!” Mas se não há Deus, o fim será esse, gostemos ou não. Esta é a realidade em um universo sem Deus: não há esperança, não há propósito. Isso me recorda os versos assustadores de T S. Eliot:
O que se aplica à raça humana como um todo vale para cada um de nós individualmente: estamos aqui sem propósito. Se não há Deus, nossa vida não é qualitativamente diferente da de um cão. Sei que isso é duro, mas é verdade. O antigo escritor de Eclesiastes o disse assim: “O que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão” (Ec 3.19-20). Nesse livro, que se parece mais com uma peça da moderna literatura existencialista do que com um livro da Bíblia, o escritor mostra a futilidade de prazer, riqueza, educação, fama política e honra em uma vida fadada a terminar na morte. Qual é seu veredicto? “Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade” (Ec 1.2). Se a vida termina no túmulo, não temos um propósito fundamental para viver.
Mais que isso: mesmo se tudo não terminasse na morte, sem Deus a vida ainda seria sem propósito. O ser humano e o universo seriam simples acidentes do acaso, jogados na existência sem motivo. Sem Deus o universo é resultado de um acidente cósmico, uma explosão aleatória. Não há motivo pelo qual ele exista. Quanto ao ser humano, ele é um capricho da natureza – um produto às cegas de matéria mais tempo mais acaso. O ser humano não passa de uma massa gosmenta que evoluiu até a racionalidade. Não há mais propósito na vida para a raça humana do que para uma espécie de inseto; ambos são resultado da interação cega de acaso e necessidade. Um filósofo o disse assim: “A vida humana está posta sobre um pedestal subumano e tem de lutar sozìnha no centro de um universo silencioso e sem razão”[6].
O que vale para universo e a raça humana também se aplica a nós como indivíduos. Enquanto seres humanos individuais, somos o resultado de certas combinações de hereditariedade e ambiente. Somos vítimas de um tipo de roleta genética e ambiental. Os psicólogos que seguem Sigmund Freud nos dizem que nossas ações são resultados de várias tendências sexuais reprimidas. Os sociólogos que seguem B. E Skinner argumentam que todas as nossas escolhas são determinadas pelo condicionamento, de modo que a liberdade é uma ilusão. Biólogos como Francis Crick consideram o ser humano uma máquina eletroquímica que pode ser controlada alterando-se seu código genético. Se Deus não existe, você não passa de um aborto da natureza, jogado num universo sem propósito para levar uma vida sem propósito.
Portanto, se Deus não existe, isso significa que o ser humano e o universo existem sem nenhum propósito -já que o fim de tudo é a morte – e que vieram a existir sem nenhum propósito, já que são produtos cegos do acaso. Em resumo, a vida é totalmente sem razão.
(Parte 2)
Não fomos capazes de mostrar que a razão requer o ponto de vista moral, ou que todas as pessoas realmente racionais, não predispostas por mitos ou ideologias, precisam ser indivíduos egoístas ou amoralistas clássico. Não é a razão que decide aqui. O quadro que pintei para você não é bonito. A reflexão sobre ele me deprime [...] A pura razão prática, mesmo com um bom conhecimento dos fatos, não o levará à moralidade.[1]
O problema, porém, torna-se ainda pior. Porque, apesar da imortalidade, se não há Deus, não pode haver padrões objetivos do que é certo e errado. Tudo o que está diante de nós, nas palavras de Jean-Paul Sartre, é o fato nu e sem valor da existência. Os valores morais são simples expressões de gosto pessoal ou subprodutos da evolução e do condicionamento sócio-biológico.
Nas palavras de um filósofo humanista: “Os princípios morais que regem nossa conduta estão arraigados em hábitos e costumes, sentimentos e modas”[2]. Num mundo sem Deus, quem dirá quais valores são corretos e quais são errados? Quem julgará que os valores de Adolf Hitler são inferiores aos de um santo? O conceito de moralidade perde todo o sentido num universo sem Deus. Um ético ateu contemporâneo disse: “Afirmar que algo é errado porque [...] é proibido por Deus é [...] perfeitamente compreensível para alguém que crê em um deus legislador. Mas dizer que algo é errado [...] apesar de não existir um deus que o proíba não é compreensível [...] O conceito de obrigação moral [é] incompreensível sem a idéia de Deus. As palavras permanecem mas seu sentido se foi.”[3] Em um mundo sem Deus, não pode haver certo e errado objetivos, somente nossos juízos subjetivos, cultural e pessoalmente relativos. Isso significa que é impossível condenar guerra, opressão ou crime como maus. Também não podemos louvar fraternidade, igualdade e amor como bons. Porque em um universo sem Deus, bem e mal não existem – existe apenas o fato nu e sem valor da existência, e não há ninguém para dizer que você está certo e eu errado.
Não há propósito fundamental sem imortalidade e sem Deus
Se a morte nos espera de braços abertos no fim do curso da nossa vida, qual é o objetivo da vida? Com que fim ela foi vivida? Tudo foi a troco de nada? Não há razão para a vida? E o que dizer do universo? Ele é completamente sem razão? Se seu destino é um túmulo frio nas extremidades do espaço sideral, a resposta tem de ser sim – ele não tem razão de ser. Não há alvo, não há propósito para o universo. O lixo de um universo morto simplesmente continuará a se expandir – para sempre.
E o ser humano? Será que existe algum propósito para a raça humana? Ou será que ela simplesmente desaparecerá algum dia perdida no esquecimento de um universo indiferente? O escritor inglês H. G. Wells anteviu essa perspectiva. Em seu romance A máquina do tempo, o viajante no tempo avança para
o futuro, a fim de descobrir o destino do ser humano. Tudo o que ele encontra é terra morta, com a exceção de alguns liquens e musgos, orbitando em torno de um gigantesco sol vermelho. Os únicos sons são o sopro do vento e o marulhar das ondas do oceano. “Com exceção desses sons sem vida”, escreve Wells, “o mundo estava em silêncio. Silêncio? Seria difícil descrever como tudo estava quieto. Todos os sons das pessoas, o balido das ovelhas, o canto dos pássaros, o zumbir dos insetos, o movimento que forma o pano de fundo da nossa vida – tudo havia passado”[4] E assim o viajante no tempo de Wells voltou para casa. Mas para quê? – para um mero ponto anterior na corrida em direção ao esquecimento. Quando eu, ainda nâo cristão, li o livro de Wells, pensei: “Não! Não! Não pode terminar assim!” Mas se não há Deus, o fim será esse, gostemos ou não. Esta é a realidade em um universo sem Deus: não há esperança, não há propósito. Isso me recorda os versos assustadores de T S. Eliot:
"E assim que o mundo termina
E assim que o mundo termina
E assim que o mundo termina
Não com uma explosão; com um gemido.”[5]
O que se aplica à raça humana como um todo vale para cada um de nós individualmente: estamos aqui sem propósito. Se não há Deus, nossa vida não é qualitativamente diferente da de um cão. Sei que isso é duro, mas é verdade. O antigo escritor de Eclesiastes o disse assim: “O que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão” (Ec 3.19-20). Nesse livro, que se parece mais com uma peça da moderna literatura existencialista do que com um livro da Bíblia, o escritor mostra a futilidade de prazer, riqueza, educação, fama política e honra em uma vida fadada a terminar na morte. Qual é seu veredicto? “Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade” (Ec 1.2). Se a vida termina no túmulo, não temos um propósito fundamental para viver.
Mais que isso: mesmo se tudo não terminasse na morte, sem Deus a vida ainda seria sem propósito. O ser humano e o universo seriam simples acidentes do acaso, jogados na existência sem motivo. Sem Deus o universo é resultado de um acidente cósmico, uma explosão aleatória. Não há motivo pelo qual ele exista. Quanto ao ser humano, ele é um capricho da natureza – um produto às cegas de matéria mais tempo mais acaso. O ser humano não passa de uma massa gosmenta que evoluiu até a racionalidade. Não há mais propósito na vida para a raça humana do que para uma espécie de inseto; ambos são resultado da interação cega de acaso e necessidade. Um filósofo o disse assim: “A vida humana está posta sobre um pedestal subumano e tem de lutar sozìnha no centro de um universo silencioso e sem razão”[6].
O que vale para universo e a raça humana também se aplica a nós como indivíduos. Enquanto seres humanos individuais, somos o resultado de certas combinações de hereditariedade e ambiente. Somos vítimas de um tipo de roleta genética e ambiental. Os psicólogos que seguem Sigmund Freud nos dizem que nossas ações são resultados de várias tendências sexuais reprimidas. Os sociólogos que seguem B. E Skinner argumentam que todas as nossas escolhas são determinadas pelo condicionamento, de modo que a liberdade é uma ilusão. Biólogos como Francis Crick consideram o ser humano uma máquina eletroquímica que pode ser controlada alterando-se seu código genético. Se Deus não existe, você não passa de um aborto da natureza, jogado num universo sem propósito para levar uma vida sem propósito.
Portanto, se Deus não existe, isso significa que o ser humano e o universo existem sem nenhum propósito -já que o fim de tudo é a morte – e que vieram a existir sem nenhum propósito, já que são produtos cegos do acaso. Em resumo, a vida é totalmente sem razão.
(Parte 2)
O pior horror já vivido pelos humanos não foi o HOLOCAUSTO, mais sim, a INQUISIÇÃO.
ResponderExcluirEm questão de crueldade, fanatismo, atrocidade e tempo de duração, nada na história humana se compara aos 300 anos de tormentos causados pela Igreja, durante a Inquisição, aos que discordassem das mitologias ou dos causos fabricados para fingir que Jesus existiu... LH
Cara leia a respeito da inquisição, vc nao sabe do que esta falando. Havia uma guerra, não religiosa, mas pro território, os outros fatos vc descobre lendo. Ou continue acreditando no mito ai.
ExcluirLisandro,
ResponderExcluire daí? Ninguém aqui está falando disso. Sua atitude é típica de um troll. Está se falando de um assunto aqui, e você vem com outro pra gerar uma chuva de comentários que não vão levar a lugar nenhum em relação ao assunto da postagem.
Não importa qual foi o pior, ambos ateus e teístas concordam que foram episódios terríveis para a história da humanidade. Mas só porque houve um fato terrível executado supostamente "EM nome de Deus", não quer dizer que teve a aprovação de Deus, muito menos quer dizer que Deus não existe.
Abraços, Paz de Cristo.
Preciso dizer que adorei tudo que li em seu blog até agora. Parabéns!
ResponderExcluirRealmente já havia chegado a mesma conclusão sobre Deus como tudo aquilo que fornece o sentido reconfortante e necessário para a vida de qualquer ser, para o universo e principalmente para o ser humano.
Obrigado, anônimo!
ExcluirAbraços, Paz de Cristo.
Ola sou eu mais uma vez. Olha ja ouvi falar de artigo pessimista esse esta bem proximo dele!
ResponderExcluirPortanto, se Deus não existe, a própria vida se torna sem sentido. O ser humano e o universo não têm sentido fundamental.
Entao o que vc esta dizendo, tirando a possibilidade da vida em deus,o universo esta perdido ou condenado? E a ética, a moral, o prazer de viver, o prazer de saber que entre milhoes de espermatozoides que perderam suas vidas pra tentar viver, saiu apenas um ser de tantos outros, e isso nao tem sentido! Se sem deus o universo nao tem sentido,com certeza com a possibilidade dele exister ,teria feito apenas um ovulo e o homem possuiria um quantidade x de esperma (sem disperdicios)! interessante nao?
“Se não há imortalidade, todas as coisas são permitidas"
Acho interessante isso, vcs partem da premissa que sem deus nao a ordem, mas deixo te explicar algo, quantas pessoas morreram em nome de deus estando eles certos ou errados? Ondde fica a ordem e moral nisso? Não é porque eu nao acredito em deus, que nao farei de minha oportunidade como ser vivente ser jogada por agua abaixo por pensamentos pessimistas como esses, me desculpe, mas é. Na verdade não sao os ceticos que pensam q a vida nao faz sentido, pra mim a vida tem muito sentido, principalemnte sem deus, pois eu entendo a vida com ele, devo acrescentar.
“Os princípios morais que regem nossa conduta estão arraigados em hábitos e costumes,
sentimentos e modas”[2]. Num mundo sem Deus, quem dirá quais valores são corretos e quais
são errados? Quem julgará que os valores de Adolf Hitler são inferiores aos de um santo?
O conceito de moralidade perde todo o sentido num universo sem Deus!!
SERIOOOOOOOOOOOOOO? Vcs realmeten acreditam nisso?? Tudo bem todos podem escolher o que acreditar mas meu deus do ceu, que tipo de pensamento é esse! Meu deus o que significa viver pra vcs? Qual o proposito da vida curta na terra?
O que eu entendo disso é o proposito ou pensamento que vcs tem sobre viver é totalmente levado ao mais extremo do pessimismo, meu deus.
"Entao o que vc esta dizendo, tirando a possibilidade da vida em deus,o universo esta perdido ou condenado? E a ética, a moral, o prazer de viver, o prazer de saber que entre milhoes de espermatozoides que perderam suas vidas pra tentar viver, saiu apenas um ser de tantos outros, e isso nao tem sentido!"
ExcluirExatamente! Pense bem. Eu não estou falando aqui de sentidos subjetivos ou relativos para a vida. Eu estou falando de um sentido OBJETIVO, isto é, independente da vontade ou crença de cada ser humano. Note que se Deus não existe, o ser humano seria apenas um produto acidental da evolução. Não há nenhum motivo especial ou propósito para estarmos aqui, existindo. Para o Universo, não faz nenhuma diferença se existimos ou não. Se o Planeta Terra deixasse de existir agora, instantaneamente, não faria diferença nenhuma, se Deus não existe. Se Deus não existe, você pode nascer, ser o espermatozoide vencedor entre milhões, vencer varias dificuldades na vida, fazer várias boas ações, salvar a vida de muitas pessoas, mas INEVITAVELMENTE um dia você iria morrer e simplesmente deixar de existir. E, no final, todas as pessoas que você ajudou um dia também deixarão de existir e até a humanidade deixará de existir. E que diferença fizemos no Universo? Nenhuma! E o pior é que num mundo sem Deus a pessoa que vive sua vida escravizando e matando pessoas tem o mesmo final do que vive salvando vidas. Simplesmente deixam de existir.
"Acho interessante isso, vcs partem da premissa que sem deus nao a ordem, mas deixo te explicar algo, quantas pessoas morreram em nome de deus estando eles certos ou errados? Ondde fica a ordem e moral nisso?"
A ordem e moral nisso é dada pelo julgamento que Deus dá a essas pessoas após a sua morte física.
"Não é porque eu nao acredito em deus, que nao farei de minha oportunidade como ser vivente ser jogada por agua abaixo por pensamentos pessimistas como esses, me desculpe, mas é."
Se você ler a parte 2 e a parte 3 do texto, verá que eu concluo dizendo que o ateu naturalista não pode ao mesmo tempo viver de maneira coerente com a sua crença (ou ausência de crença) e feliz. Por que, se você ao final do texto, depois de concluir que a vida não tem sentido OBJETIVO, valor OBJETIVO e propósito OBJETIVO, e continuar dando um sentido pessoal pra sua vida, você estará apenas se iludindo! Sua "oportunidade como ser vivente", para o naturalismo, não é nada mais do que um acaso indiferente que logo passará e não fará nenhuma diferença para o Universo.
Devo acrescentar que este quadro só pode ser diferente se Deus existe, pois em vez de acidentes da evolução, estamos aqui por um motivo, temos valor e nossa existência tem significado (sentido). O significado que você dá à sua própria vida ("pra mim a vida tem sentido (...)") é algo relativo, entenda que isto é diferente do que eu uso no texto, eu estou falando de sentido objetivo.
Sendo honesto, concordo com vc em diversos pontos, mas o principal deles é qual a diferença que faz para o universo deus existir ou não? Pro universo isso não faz diferença ele ira continuar com suas leis, suas ordens e assim por diante. Pro ser humanoo é de vital importancia entender essa ordem, essa lei, pro ser humano é importante a ideia de estar conectado a algo ou alguem, saber que existe algo melhor para ele do que simplismente nascer-viver-morrer é importante, em nossa concepção é facil entender porque é de vital importancia deus existir, nem que seje apenas na mente das pessoas, pois pra muitas delas explicar as coisas por intermedio de deus é a melhor ideia, e da mesma forma pra outras não é. Entao quando comparamos o universo ao que sabemos, ao que acreditamos, tem pouca relevância pois se vc acredita em deus ou nao, temos um tempo de vida a zelar e para o universo isso é irrelevante, independente se vivemos acreditando em algo ou nao, ambos vamos morrer, se vc acredita na ideia de que tem que existir algo mais , se este pensamento te faz se sentir conectado com deus continue, é o que eu disse pra vc , a psicologia pode explicar diversos comportamentos humanos incluindo a razão e emoção, e principalmente o porque de vc ter em mente o porque precisa estar conectado a algo ou alguem.Poucas pessoas sabem disso. As coisas sobre a vida tem que fazer sentido pra qualquer um certo? Em nenhum momento o universo propoe a ideia de que deus existe, quem faz isto somos nós.
ExcluirOutro ponto que pode ser levado em consideração, porque os animais vivem? Só porque eles nao pensam como nós, agem como nós, são diferentes de nós, qual o proposito deles na vida? Mesmo eles nao tendo a capacidade como nós temos, eles continuam a viver, dia apos dia, ano apos ano, mesmo que nao vejamos sentido no porque deles existirem, veja o que eles fazem quando se trata de familia (é claro nem todos os animais sao bonzinhos com familiares, mas isso depende da ideia de moral que temos), veja como eles cuidam um dos outros, e nenhum deles se preocupam com o que possa aconteecer, simplismente vivem. Quando se fala de vida, não tem diferença entre viver do ser humano e dos animais, todos tem vida. Mas nos decidimos quais vidas são mais importantes que outras. E pro universo isso faz diferença? Nenhuma, ele ira continuar e o ser humano ira continuar sua luta pra entender as leis que os regem.
Eu nao posso dizer que deus fez o universo ou que atraves dele tudo veio a existir, porque a unica coisa que o ser humano tem certeza sobre o universo, é que ele sempre esteve presente e nao vai deixar de existir por causa do ser humano ou por causa das ideias do mesmo.
Se alguem acredita que a vida tem q ter algum sentido, alguma ordem, e que essa ordem vem de deus, pra mim esta otimo, mas garanto querendo eu ou nao, iremos para o mesmo lugar, sem saber realmente qual a verdade do universo! Isso tudo faz sentido pra vc? veja bem, em nenhum momento condeno a ideia de crer em deus, pois o ser humano precisa estar conectado como eu disse anteriormente.
ExcluirVeja bem, pra vc viver sem deus nao faz sentido ,pelo que pude entender, e que sua visão sem deus é que tudo seria permitido, mas sinto dizer que craig foi infeliz em dizer essa frase. Se nao existisse moral, as leis que como seres pensantes resolvemos colocar sobre nos mesmo, estariamos perdidos. Esse tipo de arguemnto nao mostra a existencia de deus ou nao existencia, apenas mostra a necessidade de tal conecção.
Muita gente confunde as coisas , por exemplo, eu nao digo que deus nao existe, eu levo em consideração a possibilidade dele nao existir, eu nao digo que os evolucionistas esta certos, eu levo em consideração a possibildiade disso. Inclusive sobre aliens eu nao digo eles noa existem, eu levo em consideração a possibilidade de tal teoria.
Agora leve todas estas considerações para o universo. Não faz diferente pra ele, mas faz diferença pra nós. Se deus existe ou noa meu amigo, deixo pra pessoas que precisam dessa conecçao com um ser superior ( aproposito tive a oportunidade de ter essa conecção o que foi muito bom, mas depois que entendi o porque disso, a historia mudou). Gosto da maneira com que graig pensa, mas em nenhum momento consegui ver as evidencias que ele diz ter, sobre deus, estou curioso pra saber. Vc tem algum artigo sobre isso?
DEsde ja agradeço a oportunidade de responder ou mandar comentarios e estou muit impressionado com a velocidade de suas respostas. Incrivel. PRa isso a pessoa q tem pouco tempo, apenas responder ja éum grande feito.
Desde ja agradeço
tenho que parar com isso, olha o tamanho dessa resposta!!
ExcluirO que significa viver pra voces? Se isso que vcs dizem for verdade, se suicidem! Olha eu esqueci vcs nao podem se suicidar pois a biblia diz que isso é inaceitavel e deus desaprova, entao o que significa viver pra vcs? Pelo amor de deus nao me respondam pra viver pra deus, isso ja me disseram em tudo quanto é lugar!
ResponderExcluirSe Deus não existe, a única alternativa lógica para a vida é o suicídio, como você mesmo disse. Mas eu acredito que Deus existe, e por isso tenho um motivo para viver que é independente do que eu acho.
ExcluirSobre a sua pergunta, eu respondo com mais um texto do blog:
http://www.respostasaoateismo.com/2012/03/reflexao-sobre-felicidade-humana.html
Abraços, Paz de Cristo.
Como eu sempre digo o unico sentido da vida de pessoas que acreditam em deus, como eu memso acreditei, é atraves dele. Outras respostas pra a vida ou significado da vida se tornam irrelevantes sem deus, estou certo? De todas as possibildiades essa foi a que vc escolheu, nao condeno jamais faria isso, cada um escolhe o caminho que quer.
ExcluirMas tem um problema em dizer que deus fez o universo, por causa de ordem ou o que quer que seja a razao por tras disso,
1- Deus é exterior ao universo, graig mesmo disse isso, por isso a ideia de deus ser exterior ao universo
demonstrei em um dos artigos que este argumento não diz se deus existe ou nao, simplismnete diz que deus tem que ser exterior ao universo, deixo postar o link de minha refutaçao :http://www.respostasaoateismo.com/2012/05/video-ciencia-pode-explicar-tudo.html esta na segunda parte de meus comentarios
Gabriel, vou responder de uma vez todos os seus comentários, porque foram muitos e eu não queria que ficasse bagunçado.
ResponderExcluirPelo que entendi, você fica falando que respeita as pessoas que acreditam em Deus, se é bom pra elas, e tal. Eu não consigo aceitar este tipo de pensamento. Não se pode aceitar uma crença só porque ela faz bem. Pode ser que acreditar a Deus faça bem a umas pessoas, e não acreditar faça bem a outras, mas isso pouco importa por exemplo se Deus existe: se Ele existe, a escolha de viver segundo Ele pode te custar uma ida ao inferno. Mas se Ele não existe, não faz diferença. Por isto essa questão é muito importante.
Por exemplo, olhe este trecho do Craig num artigo do blog que você comentou (naquela entrevista com ele):
"Deveríamos acreditar em uma mentira se isso for bom para a sociedade? As pessoas devem acreditar em uma falsa teoria, só por causa dos benefícios sociais? Eu acho que não. Isso seria uma alucinação. Algumas pessoas passam a acreditar na religião por esse motivo. Já que a religião traz benefícios para a sociedade, mesmo que o indivíduo pense que ela não passa de um ‘conto de fadas’, ele passa a acreditar. Digo que não. Se você acha que a religião é um conto de fadas, não acredite. Mas se o cristianismo é a verdade — como penso que é — temos que acreditar nele independente das consequências. É o que as pessoas racionais fazem, elas acreditam na verdade. A via contrária é o pragmatismo. “Isso Funciona?", perguntam elas. "Não importa se é verdade, quero saber se funciona”. Não estou preocupado se na Suécia alguns são felizes sem acreditar em Deus ou se há alguma vantagem em acreditar n’Ele. Como filósofo, estou interessado no que é verdade e me parece que a existência desse ser transcendente que criou e projetou o universo, fonte dos valores morais, é a verdade."
Abraços, Paz de Cristo.
Entao o que isso implica? Desculpe, se estou comentando demais, minha vontade é aprender sempre mais. MAs o que seu comentario, incluse na parte da pensamento de craig significa? Na verdade é bem simples:
Excluir-Não leva a existencia de um deus, simplismente vc deduz que deus é verdade, pois é isso que craig resolveu acreditar, e a proposito nada contra essa decisao, o problema esta diretamente ligado a palavra verdade. Que tipo de verdade graig esta falando? de deus ser a verdade (isso tudo dentro da ideologia do criacionismo e principalmente na biblia, que dizem ser a palavra de deus), mas quando pensamos na palavra verdade inclusive deus esta abaixo dela, pois nao é possivel a certeza de sua existencia, irei usar "verdade universal" é que não possuimos uma!
é muito importante visar que que a palavra "verdade" esta diretamente ligada com o que alguem acredita ser verdade, esta vinculada diretamente com qualquer tipo de crença incluindo qualquer religiao. Quem se safa nessa historia é a ciencia e o metodo cientifico, pois nem mesmo quem pratica toma como verdade, ou seja deixa o eu de lado, e procura trabalhar com mais objetividade com o foco na procura de respostas
Obrigado Sousa, mas irei parar de fazer comentarios em seu blog ! Foi um prazer, mas agurado sua resposta neste comenterio
Abraço
Não precisa parar de fazer comentários, mas talvez você tenha que esperar um pouco mais de tempo para as respostas porque eu tenho muitos outros afazeres além deste.
ExcluirA filosofia pode ser definida como uma "busca da verdade". Toda a nossa mente é formada por crenças, chamamos de "conhecimento" o conjunto das nossas crenças que coincidem com o que é verdade. Portanto, a filosofia é uma busca de conhecimento, e ela possui um escopo mais aberto do que a ciência (na verdade a ciência é um ramo da filosofia, que procura verdades na natureza). Mas você não pode afirmar que a ciência é mais "verdadeira" do que outro ramo da filosofia, por exemplo.
Nenhum conhecimento científico é 100% verdadeiro. A ciência é pragmática, isto é, se uma explicação funciona, não importa se ela é verdadeira ou não, ela é aceita como a explicação verdadeira, até que se encontre algo em que aquela explicação não funcione. Por isso as teorias científicas nunca são definitivas, e é impossível saber se é realmente verdade, pois sempre haverá a possibilidade de não ser.
Isto acontece com todas as formas de conhecimento humano.
Abraços, Paz de Cristo.
Essa que é a blz do metodo cientifico e da ciencia, a busca por conhecimento. Encontrar respostas. Mas veja bem a importancia q isso tem, veja as descobertas feitas pela arqueologia referente a biblia e o que foi usado pra isso?Fatos?Historias? ou mão na massa?
ExcluirTem uma diferença enorme entre dar respostas e buscar repostas, e se for pra buscar uma respostas nada melhor que a ciencia e o metodo cientifico que temos, é melhor do que dar respostas que nos obrigam a continuar a procurar o que estavamos procurando. Nã foi atraves da religiao que fomos pra lua, nao foi atraves da religiao que hoje podemos andar de carro, moto, usar um computador, fazer um blog. Não foi atraves de deus que essas coisas vieram a existir, mas quando digo q se deve usar o metodo cientifico é porque ele é o melhor e unico q temos no momento. É isso que quero dizer sobre o metodo cientifico.
Se você estudasse profundamente, sem preconceitos, perceberia o grande erro em sua afirmativa, pois os maiores gênios e inventores da humanidade e que mais produziram a verdadeira ciência, útil para o ser humano eram todos, teístas convictos e se posicionaram cientificamente sobre este assunto, li Albert Einstein, Isaac Newton, Louis Pasteur, Henry Ford, Thomas Edson, .... faltaria espaço e seria perda de tempo, pois se te perguntasse em que momento de sua vida você parou de crer, então poderíamos ter uma conversa honesta. .. Pode ser?
ExcluirO sentido está no que você dá a vida, com deus ou sem deus, a unica diferença está na sua motivação, para um ateu a motivação é a vida aqui! Para um crente a motivação é a vida depois... Se é que há um depois também...
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ResponderExcluirBem, não li todo o texto , mas vejo que no geral é sobre o sentido da vida, onde sem um deus não teria sentido a nossa existência. Bem , em primeiro lugar teremos que definir qual deus criou o universo, pois se vocês não sabem existem varias religiões que falam a mesma coisa do cristianismo, que seu deus ou deuses, criaram todo o universo e sempre seguindo a mesma linha de raciocínio da religião cristã. Bem, vida após a morte também não é uma ideia exclusiva dos cristãos, vários povos falam que seu deus faz a mesma coisa, é só lembrar das piramides do Egito. E sim, minha vida sem deus ficou melhor, respeito mais as pessoas, pois não as julgo mais pela sua opção sexual ou outros atos discriminatórios que são típicos da religião cristã. Uma vida sem deus seria perfeita, pois países como a Suíça e Suécia não sentem falta alguma de seu deus ou de qualquer outro.
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