quarta-feira, 17 de julho de 2013

Seis objeções ao cristianismo e suas respostas


Primeira objeção: Se os caminhos, a mente e a natureza de Deus são infinitamente superiores aos nossos, como podemos ter a esperança de compreendê-los?
Resposta: Podemos compreender o que Ele nos revelou. Do contrário, Deus seria um péssimo professor. Um bom mestre sabe comunicar-se de maneira eficiente, transmitindo verdades profundas ao nível apropriado de compreensão de seus discípulos. Obviamente, não podemos entender completamente a verdade divina. Conhe­cemos Deus pela revelação, mas não o compreendemos. Podemos percebê-lo, mas não envolvê-lo ou defini-lo com nossa razão.

Segunda objeção: Não é um ato de humildade desmerecer o poder da razão humana?
Resposta: A razão foi criada e desenvolvida por Deus. É parte da imagem dele em nós. É obra do Senhor, e não nossa. (Por acaso fomos nós que criamos a alma humana?) Não damos louvor a um artista desmerecendo sua obra.

Devemos distinguir a razão de jure [de direito] da razão de facto e estar cientes dos grandes limites desta última. A humil­dade apropriada é considerarmos o nosso uso das dádivas divinas (incluindo a razão), e não considerar essas dádivas em si mesmas. Por exemplo, se nossa mãe confeccionasse um belo suéter de lã, e alguém nos visse usando-o e dissesse: “Este suéter é muito bonito!”, não estaríamos sendo humildes por responder: “Não, na verdade não é nem um pouco bonito”.

Terceira objeção: Entretanto, você está defendendo muito a razão hu­mana, mesmo de facto, com a sua utilidade na prática. Não é uma atitude orgulhosa achar que a razão humana possa saber tanto a respeito de Deus?
Resposta: É mais arrogante afirmar que sabemos tanto a respeito dos limites da razão do que dizer que somos capa­zes de estabelecer esses limites de antemão. Se sabemos tão pouco, como é possível determinar o pouco que sabemos? É uma atitude mais orgulhosa utilizar a razão para limitar a própria razão do que apenas fazer uso dela. E também é contraditório, porque “para podermos estabelecer um limite para o pensamento, primeiro precisamos avaliar os extremos desse limite” (Wittgenstein).

Quarta objeção: E o que dizer de todos os descrentes intelectualmente brilhantes? E de crentes como Justino, o mártir? Se o cristianismo é tão racional e razoável, porque Celso, Plotino, Hobbes, Maquiavel, Voltaire, Rousseau, Goethe, Melville, Jefferson, Shaw, Russel, Franklin, Sartre, Camus, Nietzsche, Marx, Freud e Skinner o rejeitaram?
Resposta A: O cristianismo é razoável, mas não é óbvio. Assemelha-se mais à ideia de E=mc2 do que a de 2+2 = 4.

Resposta B: Se o cristianismo é tão irracional, por que tantas mentes brilhantes o acolheram? A lista de descrentes mencionados anteriormente é facilmente subjugada por nomes como Paulo, João, Agostinho, Aquino, Anselmo, Bonaventura, Scotus, Lutero, Calvino, Descartes, Pascal, Leibniz, Berkeley, Galileu, Copérni- co, Kepler, Newtow, Newman, Lincoln, Pasteur, Kierkegaard, Shakespeare, Dante, Chesterton, Lewis, Solzhenitsyn, Tolstoy, Dostoiévski, Tolkien, da Vinci, Michelangelo, T.S. Eliot, Dickens, Milton, Spenser e Bach; isso sem mencionar um certo Jesus de Nazaré.

Resposta C: Mentes brilhantes geralmente rejeitam o cristia­nismo, porque não querem que ele seja verdade, porque acham que não está mais “na moda”, ou porque ele exige de nós obediência, arrependimento e humildade.

Quinta objeção: Entretanto, as razões dos cristãos não são na verdade racionalizações? Tomás de Aquino não chegou ao conceito da existência de Deus raciocinando a partir de suas cinco provas; ele aprendeu isso com sua mãe. Então, quando adulto, procurou razões para confirmar a fé que já havia aceitado por razões não lógicas. Isso não é raciocínio, mas racionalização.
Resposta A: Mesmo que Aquino tivesse feito isso, tal atitude não invalidaria suas provas. Um motivo subjetivo irracional não implica necessariamente um argumento objetivo irracional. Suponhamos que Einstein houvesse descoberto que E=mc2, por ser um nazista que queria inventar a bomba atômica para derrotar os aliados e conquistar o mundo para Hitler. Esse motivo maligno não significaria que E não é igual a mc2. Essa objeção comete a “falácia genética” de confundir a origem psicológica de uma ideia com sua validade lógica.

Resposta B: Procurar motivos para a fé é uma atitude perfeitamente sincera, desde que estejamos dispostos a encontrar razões contra ela, como Aquino certamente estava. As objeções contra as muitas doutrinas que ele defende na Suma são várias, estão declaradas e foram respon­didas de maneira objetiva.

Resposta C: Embora Aquino primeiro tenha aprendido a respeito de Deus pela fé, o mesmo não se deu com Aristóteles. Este não sabia nada a respeito das Escrituras, mas muito a respeito de Deus. A história prova que a razão humana, sem ser auxiliada pela fé na revelação divina, pode chegar a conhecer a existência de alguns dos atributos de Deus — por exemplo, que Ele é uno, eterno, perfeito, inteligente e também a “Causa primeira” (não causada). Aristóteles fez exatamente isso. O raciocínio dele não foi uma racionalização, porque ele não tinha fé sobre a qual racionalizar (exceto a fé na própria razão).

A revelação nos leva a um passeio tranquilo até o topo da mon­tanha da verdade em um helicóptero fornecido por Deus. A razão se esforça tendo de subir a pé pelo caminho lento e difícil, mas não con­segue alcançar tão alto. Nenhum dos dois métodos [a fé e a razão] tira a validade um do outro. Entretanto, bilhões de pessoas podem atingir o topo da montanha no helicóptero [pela fé], enquanto alguns poucos “Aristóteles” conseguem subir poucos metros a pé [pela razão].

Sexta objeção: A razão retiraria o mérito da fé? Se cremos em algo apenas porque o vemos, seja com os olhos ou com a mente, isso não seria digno de louvor; entretanto, o ato de confiar num amigo seria digno de louvor. Se provar aquilo em que cremos retirasse nosso mérito ou a dignidade de acreditar, isso não seria vantajoso.
Resposta A: Como normalmente devemos crescer e descobrir as coisas por nós mesmos, compreender e provar nossa fé é um ato digno de louvor. Nossos pais não querem que permaneçamos como crianças que não os compreendem e que só podem confiar neles. (Tampouco desejam que deixemos de confiar neles.)

A atitude digna de louvor é obedecer à vontade de Deus em todas as coisas, inclusive Sua vontade de que cresçamos e desenvolvamo-nos.

Resposta B: A razão não é uma virtude melhor do que a fé, mas é um conhecimento mais perfeito. A fé nos permite um conhecimento de segunda categoria por meio de uma autoridade. No céu, não haverá necessidade para fé. Poderemos ver e compreender as coisas por nós mesmos. Se pudermos fazer o mesmo nesta terra, isso constituirá pro­gresso, porque o céu é o padrão máximo do verdadeiro progresso.

Acrescentar a razão à fé é um progresso, mas exigir a razão antes da fé não é. Se eu exijo uma prova antes de confiar em alguém significa que confio menos na pessoa. Entretanto, desejar compre­ender racionalmente o indivíduo em quem confio não enfraquece a confiança que tenho nele.

Resposta C: Por fim, precisamos da fé mesmo depois de conhecer­mos a verdade pela razão para anular dúvidas irracionais. Razão efé não são rivais, mas aliadas contra dúvidas irracionais, paixões, preconceitos, doutrinas tendenciosas, temores, loucuras, fantasias e falácias.

Fonte: Manual de Defesa da Fé: Apologética Cristã, de Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli (livro recomendado!)

(Copiado de Logos Apologética)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Os seis tipos de ateus


De quantas maneiras existem para acreditar em Deus?

Pelo menos seis, de acordo com um novo estudo.

Dois pesquisadores da Universidade do Tennessee, em Chattanooga descobriram que ateus e agnósticos podem ser de ativistas anti-religiosos até a apenas não-crentes que ainda sim observam algumas tradições religiosas.

"A principal constatação é que a descrença é uma comunidade ontologicamente diversa", escreve o doutorando Christopher Silver e o estudante de graduação Thomas Coleman.

"Essas categorias são a primeira tentativa para isso," Silver disse ao site Raw Story. "Em 30 anos, podemos estar  olhando para uma tipologia de 32 tipos." Silver e Coleman derivaram seus seis tipos de crentes de 59 entrevistas:

1) Ateu / agnóstico intelectual: Este tipo de descrente busca informações e estímulo intelectual sobre o ateísmo. Eles gostam de debater e discutir, especialmente em sites populares da Internet. Eles também são bem versados ​​em livros e artigos sobre religião e ateísmo, e propensos a citar estas obras com freqüência.

2) Ativista : Esses tipos de ateus e agnósticos não se contentam com apenas descrer em Deus, pois eles querem dizer aos outros porque eles rejeitam a religião e por que a sociedade seria melhor se todos nós fizéssemos o mesmo. Eles tendem a se pronunciar sobre causas políticas, como os direitos dos homossexuais, o feminismo, o meio ambiente e o cuidado dos animais.

3) Agnóstico "investigador" (seeker): Este grupo é formado por pessoas que não têm certeza sobre a existência de um Deus, mas mantêm uma mente aberta e reconhecem os limites do conhecimento e da experiência humana. Silver e Coleman descrevem este grupo como pessoas que questionam regularmente as suas próprias crenças e "não têm uma posição ideológica firme". Isso não significa que esse grupo é confuso, dizem os pesquisadores. Eles só abraçam a incerteza.

4) Anti-teísta: Este grupo fala regularmente contra a religião e as crenças religiosas, em geral, posicionando-se como "diametralmente opostos à ideologia religiosa," Silver e Coleman escreveram. "Anti-teístas veem a religião como ignorância e veem qualquer pessoa ou instituição associada a ela como retrógrada e socialmente prejudicial", escreveram os pesquisadores. "O Anti-teísta tem uma clara e - em sua opinião, superior - compreensão das limitações e perigos das religiões ." Anti-teístas são francos, dedicados e - às vezes - confrontadores sobre a sua descrença. Eles acreditam que "falácias óbvias da religião e de crença devem ser agressivamente abordados de uma forma ou de outra."

5) Não-teísta: O menor grupo entre os seis são os não-teístas, as pessoas que não se envolvem com qualquer religião ou anti-religião. Em muitos casos, isto aparece como apatia ou desinteresse. "O não-teísta simplesmente não relaciona a si mesmo com a religião," Silver e Coleman escreveu. "A religião não desempenha nenhum papel ou problema na consciência ou visão de mundo da pessoa, nem ele tem preocupação alguma sobre o movimento ateu ou agnóstico." Eles continuam: "Eles simplesmente não acreditam, e no mesmo direito, a sua ausência de fé significa a ausência de qualquer religião, de qualquer forma em seu espaço mental."

6) Ateu ritualístico: Eles não acreditam em Deus, eles não se associam com a religião, e eles tendem a acreditar que não existe vida após a morte, mas o sexto tipo de descrente ainda acha útil os ensinamentos de algumas tradições religiosas. "Eles vêem estas coisas mais ou menos como ensinamentos filosóficos de como viver a vida e alcançar a felicidade do que um caminho para a libertação transcendental," Silver e Coleman escreveram. "Por exemplo, esses indivíduos podem participar em rituais específicos, cerimônias, oportunidades musicais, meditação, aulas de yoga ou feriados tradicionais." Para muitos desses descrentes, a sua adesão ao ritual pode decorrer de tradições familiares. Para outros, é uma relação pessoal, ou o respeito, o "profundo simbolismo" inerente em rituais religiosos, crenças e cerimônias, de acordo com os pesquisadores.

Por Dan Merica, CNN
Traduzido por David Sousa / Google
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