quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Sobre Bertrand Russell e Por Que Ele Não Era Cristão - Parte 1 - Prefácio


Olá, leitores.

No último post anunciei que faria uma breve análise do ceticismo de Russell exposto em seu livro Por que não sou cristão, de 1957. Teria ele apresentado críticas relevantes ao teísmo cristão, ou apenas opiniões subjetivas e baseadas em conceitos ultrapassados? Seja qual for a resposta, é fato que esta publicação influenciou a geração seguinte de críticos à religião e adeptos do cientificismo. Testemunhamos o surgimento de um movimento de pessoas que publicamente não tiveram vergonha de, além de defender a não existência de Deus, fazer críticas severas aos sistemas religiosos, considerando-os prejudiciais à humanidade. Embora Russell se declare como agnóstico, o que pessoalmente considero menos tolo do que afirmar o ateísmo, ele faz críticas ao teísmo de forma a descartá-lo como uma opção assumível por uma mente pensante.

Um fato curioso é o título do livro. Russell não foi tão presunçoso quanto os seus colegas atuais neo-ateus e usou um nome que denota subjetividade: "Por que [eu] não sou cristão". O conteúdo da obra não é único, na verdade trata-se de uma coletânea de palestras, falas e pequenos ensaios do autor sobre o cristianismo e assuntos correlatos, como a existência de Deus e a moral religiosa. O primeiro capítulo é uma transcrição da palestra de 1927 que dá nome ao livro. Outro ponto alto da leitura é o capítulo que traz uma transcrição de um debate transmitido em rádio em 1948 sobre a existência de Deus, travado com o padre Frederick Copleston.

Antes de começar a análise do livro, gostaria de comentar algumas afirmações de Russell ainda no prefácio do seu livro, que merecem atenção. Para começar, Russell nos informa claramente qual a sua crença em relação a religiões:

"Considero todas as grandes religiões do mundo – budismo, cristianismo, islamismo e comunismo – não só falsas, como prejudiciais."

Achei muito interessante (e justo) aqui ele ter incluido o comunismo como uma religião, ou nas palavras dele, "um sistema de dogmas" (Unpopular Essays, 1950, p.19) . É fato que Russell visitou a União Sovética de Lenin após o final da Primeira Guerra Mundial, e ficou chocado com o autoritarismo e fanatismo do regime marxista na prática. Mas deixando isto de lado um pouco, Russell assume de antemão, no prefácio de seu livro, que todas as religiões são mentiras e não só isso, mas também são perigosas. Bem, vamos deixar que ele se explique nos capítulos seguintes. Ele continua: 

"É evidente, como questão de lógica, que, já que elas diferem entre si, apenas uma delas pode ser verdadeira. Com pouquíssimas exceções, a religião que um homem aceita é aquela da comunidade em que vive, o que torna óbvio que a influência do meio foi o que o levou a aceitar a referida religião."

Posso aceitar a sua primeira afirmação. Mas a segunda claramente não é uma verdade em 100% dos casos. Fosse assim, não existiriam budistas no Brasil ou cristãos na China. Além disso, se com isso ele quer argumentar que as religiões são falsas, ele está nada menos do que recorrendo a uma falácia genética, isto é, afirmando que algo é falso só por causa do modo como a informação foi aceita por alguém.

"É verdade que os escolásticos inventaram o que declaravam ser argumentos lógicos provando a existência de Deus, (...) mas a lógica a que esses argumentos tradicionais apelavam é (...) hoje rejeitada, praticamente, por todos os lógicos (...). Entre esses argumentos, existe (...) o argumento da prova teleológica da existência de Deus. Tal argumento, porém, foi destruído por Darwin (...)."

Aqui ele introduz o assunto sobre o qual vai discorrer brevemente no primeiro capítulo. Por um lado, é verdade que os argumentos aos quais Russell se refere tinham falhas, e não podem ser considerados hoje, pelo menos na forma em que ele os conhecia, como provas para a existência de Deus. Mas a teologia e filosofia cristã se desenvolveram bastante depois que Russell proferiu estas palavras, como comentei no post anterior. Inclusive o argumento teleológico, que ele alega ter sido "destruído" por Darwin, continua vivo hoje.

A seguir ele alega haver dois tipos de males intrínsecos às religiões. Nas palavras dele:

"[Em primeiro lugar,] (...) considera-se virtude ter fé, isto é, ter-se uma convicção que não pode ser abalada por prova contrária. (...) A convicção de que é importante crer-se nisto ou naquilo, mesmo que uma investigação livre não apóie a crença em apreço, é comum a quase todas as religiões e inspira todos os sistemas de educação estatais. O resultado disso é que o espírito dos jovens fica tolhido e cheio de hostilidade fanática tanto contra aqueles que possuem outros fanatismos (...).
(...) também existem, na maioria das religiões, doutrinas éticas específicas que causam dano definido. A condenação, pelos católicos, do controle da natalidade, tornaria impossíveis a diminuição da pobreza e a abolição da guerra. As crenças hindus de que a vaca é um animal sagrado e de que é imoral às viúvas tornar a casar, causam muito sofrimento desnecessário. A crença comunista na ditadura de uma minoria de Crentes Verdadeiros produziu farta colheita."

É notável que ele já começa com uma definição de fé que parece ter tirado do bolso, já que nada tem a ver com a definição cristã histórica. Em outras palavras, ele cria um boneco de palha do cristianismo para poder bater nele logo depois. A fé cristã não é uma convicção baseada unicamente em afirmações sistemáticas de autoridade (dogmas) muito menos em experiências puramente emocionais. Na verdade, ela consiste em uma mistura complexa dessas coisas com uma atitude racional de confiança. Idealmente, nenhum cristão acredita sem evidências, mas são as evidências que o levam a acreditar. Entre essas evidências inclui-se também a experiência pessoal com Deus. Há um artigo que escrevi há bastante tempo aqui sobre fé, que pode ser lido complementarmente, mas eu gostaria de voltar a esse assunto depois com mais calma. Mostrarei também ao longo do livro que muitas palavras que Russell usa contra a religião cristã me parecem ser apenas uso da falácia do espantalho.

Quanto à segunda crítica, deve-se primeiro notar que Bertrand Russell é um realista filosófico - ou seja, acredita na existência objetiva de uma realidade e de uma verdade. Consequentemente, sua ética é livre de relativismos. Ele realmente acredita que certas coisas são certas e certas coisas são erradas, independente de épocas ou opiniões. O problema é que ele não dá nenhuma base filosófica para essa afirmação.

Quando estudamos o argumento moral da existência de Deus entendemos que a única forma para admitirmos valores e deveres morais objetivos é a existência de um agente moral externo e absoluto, ou seja, Deus. Russell, ao ser questionado certa vez sobre isso simplesmente discorda desta afirmativa, e diz não conhecer uma resposta melhor. Em outras palavras, ele foge do argumento. Quando ele faz criticas à moral religiosa aqui, ele o faz porque certas atitudes morais de algumas religiões quebram os valores morais que ele mesmo apresenta/concorda. Mas espere! Se ele não tem como dar uma base para isso, os próprios valores morais dele são arbitrários! Não que eu não concorde com o que ele considera certo ou errado, mas estou apenas dizendo que ele não tem como dar uma base para o que ele está defendendo.

No fim do prefácio, Russell nos deixa com uma citação inspiradora baseada na sua defesa do livre-pensamento e na total aversão a qualquer tipo de autoridade ou regras no ensino:

"Gostaria de ver um mundo em que a educação tivesse por objetivo antes a liberdade mental do que o encarceramento do espírito dos jovens numa rígida armadura de dogmas, que tem em vista protegê-los, através da vida, contra os dardos das provas imparciais. O mundo precisa de corações e de cérebros francos, e não é mediante sistemas rígidos, quer sejam velhos ou novos, que isso pode ser conseguido."

Russell entende que as religiões são más justamente porque quebram esse "princípio moral absoluto" dele que é o direito ao livre-pensamento. Obviamente, a liberdade é uma coisa boa. E eu concordo que muitos sistemas de crenças dogmáticos podem prejudicar as pessoas, inclusive talvez o cristianismo, se for seguido de uma maneira não-sincera e legalista (como talvez devia ser comum na época e no lugar em que Russell vivia - comentarei sobre isso nos próximos posts também).

Na próxima parte discutiremos a exposição de Russell sobre os motivos para não ser um cristão e a sua análise dos argumentos clássicos para a existência de Deus.

Abraços, Paz de Cristo.

[Ir para a Parte 2]

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O Renascimento da Filosofia Teísta no Século XX


Olá, caros leitores.

Tenho estado ocupado com a minha vida pessoal nos últimos meses, o que tem me impedido de postar regularmente no blog. Desde o início do ano eu avisei que provavelmente o ritmo de postagem cairia, embora eu não gostaria de abandonar este trabalho, que é tão estimado por vocês leitores. 

Mas foi justamente em uma das minhas ocupações com o Mestrado que surgiu um assunto para ser trabalhado aqui. Enquanto eu estudava Metodologia Científica, tive contato com o trabalho de um filósofo que nunca parei para prestar atenção: Bertrand Russell (não, não é o cara da foto acima - eu já vou chegar lá, calma). E dentre os livros escritos por este filósofo, um me chamou a atenção: Por que não sou cristão, publicado em 1957. Eu vou ter mais tempo de falar sobre isso nas postagens próximas, mas o fato é que esse livro, junto com as tendências cientificistas de Russell, parece ter sido a influência principal para o surgimento de todo um movimento décadas depois - o neo-ateísmo. Sendo assim, eu não poderia deixar de dedicar algumas palavras aqui no blog à análise deste livro (mas não vou fazer isso agora).

Mas então, do que vou falar agora? Deixem-me explicar. Alguns argumentos para a existência de Deus que Russell citou no livro dele realmente eram considerados ultrapassados no tempo em que ele escreveu. Entretanto, quem lê este livro hoje em dia pode não ter ouvido falar do renascimento da filosofia teísta no século XX (é aí que entra o título da postagem).  Richard Dawkins, por exemplo, publicou em 2006 o livro Deus, um Delírio, que não é nada menos do que uma repetição das velhos refutações de Russell, sem se preocupar com o que mudou no mundo acadêmico da filosofia nos anos que separam estas duas personalidades. Resultado disto? O livro foi amplamente refutado, destruído impiedosamente pedaço por pedaço (veja aqui, aqui e aqui, por exemplo).

Eu não podia então deixar a oportunidade para contar pra vocês o que exatamente aconteceu nas últimas décadas que revitalizou o teísmo acadêmico e, indiretamente, a apologética cristã. O nome talvez mais importante nesta história toda é o do filósofo norte-americano Alvin Plantinga (ah, agora sim é o cara da foto!).

Plantinga chegou a estudar na Universidade de Harvard como aluno de graduação. Naquele tempo, início dos anos 1950, já se formava uma grande mobilização em favor da não-existência de Deus nos círculos acadêmicos. Em uma de suas palestras, Plantinga chegou a afirmar uma vez que, não fosse a sua transferência para o Calvin College, uma faculdade confessional cristã na qual seu pai lecionava, ele provavelmente não permaneceria cristão, nem teria desenvolvido o interesse acadêmico neste assunto. Anos mais tarde, em 1958, Plantinga obteve seu Ph.D. na Universidade de Yale. Ironicamente, um ano após a publicação do livro anti-cristão de Russell.

Enquanto isso, aquela geração estava mais indiferente acerca de Deus e a religião do que nunca. Em 8 de Abril de 1966, a revista Time publicou uma matéria de capa, a qual lançava a pergunta em letras garrafais: “Deus Está Morto?”. A reportagem, que pode ser lida online ainda hoje, tratava da “morte de Deus” ocorrida nos ambientes acadêmicos americanos, inclusive na própria teologia.


Um ano depois, em 1967, Plantinga publica o seu primeiro livro: God and Other Minds: A Study of the Rational Justification of Belief in God (Deus e Outras Mentes: Um Estudo sobre a Justificação Racional da Crença em Deus). Este livro foi o marco de uma revolução acadêmica. Seguiram-se após ele um sem número de publicações acadêmicas anglo-americanas sobre o assunto. O filósofo ateu Quentin Smith, da Universidade de Western Michigan, comentou com pesar este fato:

“Em meados do século XX, as universidades (...) haviam se tornado essencialmente secularizadas. A posição (...) padrão em cada campo (...) supunha ou envolvia argumentos favoráveis a uma visão de mundo naturalista; os departamentos de teologia ou religião almejavam entender o significado e as origens dos escritos religiosos, não para desenvolver argumentos contra o naturalismo. Os filósofos analíticos (...) tratavam o teísmo como uma cosmovisão antirrealista e não cognitivista, requerendo a realidade não de uma divindade, mas meramente de expressões emotivas ou de certas “formas de vida” (...)Os naturalistas assistiram passivamente enquanto as versões realistas do teísmo, influenciadas principalmente pelos escritos de Plantinga, começaram a propagar-se por toda a comunidade filosófica, até que hoje talvez um quarto ou um terço dos professores de filosofia são teístas, sendo a maioria cristãos ortodoxos. Na academia, Deus não está “morto”; voltou à vida no final da década de 1960 e está agora são e salvo em seu último bastião acadêmico: os departamentos de filosofia.” SMITH, Q. The Metaphilosophy of Naturalism, Philo 4/2 (2001): 3-4.

O ressurgimento do interesse no teísmo, apesar de às vezes denominado Revolução Silenciosa, não passou despercebido da cultura popular. Em 1980, a revista Time novamente publica o importante artigo Modernizing the Case for God (Modernizando a Defesa de Deus), que descrevia o despertar entre os filósofos contemporâneos para remodelar os argumentos tradicionais a favor da existência de Deus. Abaixo um trecho traduzido do artigo:

“Numa tranquila revolução no pensamento e no debate, que quase ninguém teria previsto apenas duas décadas atrás, Deus está fazendo uma reaparição. O mais curioso é que isso não está acontecendo entre teólogos ou crentes comuns, mas nos seletos círculos intelectuais dos filósofos acadêmicos, onde há muito o consenso baniu o Onipotente do discurso proveitoso.”

O Renascimento da filosofia teísta cristã no último século acompanhou-se do interesse na teologia natural, ou seja, o estudo sobre Deus independente da revelação. Muitos argumentos clássicos para a existência de Deus que remontam à Idade Média foram reformulados nos moldes mais rigorosos da filosofia contemporânea. Dentre eles, podemos citar:

  • O Argumento Ontológico, que remonta a Santo Anselmo no século XIII, foi refutado por Kant no século XVIII e reformulado por Alvin Plantinga no seu segundo livro The Nature of Necessity (A Natureza da Necessidade) em 1974. Este argumento fala sobre a existência de Deus baseado no conceito de que Deus é o maior ser concebível do Universo e o contraste entre a existência na realidade e a existência apenas na mente.

  • O Argumento Teleológico de Richard Swinburne, publicado em 1979 em seu livro The Existence of God (A existência de Deus). Este argumento transforma a questão da existência de Deus em probabilística, e usa um raciocínio indutivo amparado por evidências como a ordem apresentada no Universo.

  • O Argumento Cosmológico Kalam (chamado assim por ter sido o nome da versão do argumento da causa primeira pelo filósofo muçulmano do século XI Al-Ghazali), que foi tema da dissertação de mestrado de William Lane Craig e apareceu em seu livro The Kalam Cosmological Argument, também de 1979. Este argumento fala de Deus como a causa necessária para o Universo e se apoia no fato de que o Universo teve um início.

Apesar dos argumentos serem uma motivação para a racionalidade da crença em Deus, eles não necessariamente se constituem em provas absolutas. Plantinga defende que a crença em Deus é o que os filósofos costumam chamar de uma crença básica: para se acreditar na existência do passado, na ideia de que as outras pessoas têm um intelecto ou que um mais um é igual a dois, não se precisaria de prova. Ele argumenta ainda que a cosmovisão teísta, que vê o universo organizado e dirigido por um Deus que deu origem a criaturas racionais à sua própria imagem, “é muito mais acolhedor para a ciência que o naturalismo. (...) Na verdade, é o teísmo, não o naturalismo, que merece ser chamado de 'visão científica do mundo'”, escreve ele. Dizer que a crença teísta é irracional não é possível sem demonstrar que ela não corresponde à verdade, o que, diga-se de passagem, não é algo que a ciência é capaz de fazer neste caso.

Alvin Plantinga é considerado atualmente, junto com Richard Swinburne, o filósofo da religião mais importante do mundo. Desde 1982 ele ocupa a cadeira John A. O’Brien de filosofia na Universidade de Notre Dame. William Lane Craig tem se destacado há muitos anos pelos seus debates acadêmicos com ateus famosos, além de seus livros. Entre os seus adversários, encontram-se nomes importantes como o ex-ateu Anthony Flew, o já falecido jornalista Christopher Hitchens, o neurocientista Sam Harris, dentre outros. O próprio Richard Dawkins se recusou mais de uma vez a debater com ele.

Os ateus contemporâneos, seguidores de autores como Dawkins, Hitchens, Sam Harris e Daniel Dennett (conjunto que já foi chamado de “os quatro cavaleiros do neo-ateísmo”) parecem estar incrivelmente alheios a esta revolução da filosofia anglo-americana. Devido à enxurrada de best-sellers ateus que presenciamos nos últimos anos, se poderia pensar que a crença em Deus se tornou intelectualmente indefensável para uma pessoa pensante atual. Mas vimos claramente que isso se trata apenas de uma mera desinformação, de um eco fantasmagórico da voz de Bertrand Russell e do seu cientificismo que já foi suplantado há décadas por pensadores de seu próprio campo de trabalho (a filosofia analítica), como Plantinga, Swinburne e Craig.

Abraços, Paz de Cristo.

domingo, 7 de setembro de 2014

A Existência de Deus e o Início do Universo

Olá, leitores.
Este texto foi recuperado do antigo site cristão "Apologia", que atualmente foi desativado, mas foi uma das grandes influências do meu blog, na época em que comecei. Espero que aproveitem a leitura.

Abraços, Paz de Cristo.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Jesus Cristo: Lunático, Mentiroso ou Senhor

A Evidência da Divindade de Jesus


Enquanto Jesus caminhava pela face da terra há aproximadamente dois milênios, a humanidade se dividia em três grupos com diferentes visões sobre ele. Alguns estavam convencidos de que Jesus era o Filho de Deus e então dirigiam-se a ele como "meu Senhor e meu Deus" (João 20.28). Outros consideravam as afirmações e ações de Jesus como atos de blasfêmia e "(...) procuravam matá-lo porque (...) dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus" (João 5.18). Porém um terceiro grupo pensava que Jesus era insano e deveria ser ignorado (João 10.20).

Muitos chamados "cristãos" da atualidade tentam adotar uma posição de compromisso e alegam que Jesus foi um homem bom – que foi até um homem perfeíto – porém não era Deus. Adeptos de outras religiões, e até mesmo estudiosos. chegam a considerar que ele foi um homem bom, um grande Mestre, um "Iluminado", um profeta. Considerações cuidadosas das afirmações e ações de Jesus, entretanto, excluem esta conclusão. As únicas possíveis explicações sobre Jesus são as três que foram propostas no primeiro século. Vejamos as possibilidades:

1. Jesus é quem alegou ser, o Filho de Deus, ou
2. Ele era louco e erroneamente se julgava Divino, ou
3. Ele foi o maior mentiroso que já existiu.

Consideremos as possibilidades à luz das ações e afirmações históricas de Jesus registradas nos Evangelhos.

As Afirmações de Jesus

Jesus não fez nenhuma tentativa de esconder suas afirmações de Divindade. Ele repetidamente afirmou que era o Filho de Deus (João 9.35-38; Mateus 16.16-20; etc). Os judeus da época de Jesus estavam certos de que esta era uma afirmação de igualdade a Deus (João 5.18), que Jesus julgava-se ser Deus. A própria linguagem de Jesus não deixou dúvidas, conforme ele aplicou a descrição "Eu Sou" para si próprio (João 8.24-58; veja Êxodo 3.13-14). Jesus claramente afirmou ser Deus!

O que faremos com as afirmações de Jesus? Se elas são verdadeiras, então Jesus é Divino. Se elas são falsas, então Jesus intencionalmente mentiu e foi assim um terrível farsante, ou ele era louco e foi iludido por si próprio a acreditar e antecipar o mito de sua própria Divindade. Não podemos considerar suas afirmações e menosprezá-lo como meramente um homem bom ou perfeito. Ou ele é um lunático, ou um mentiroso, ou o Senhor de todos!

As Ações de Jesus

As ações de Jesus na terra foram inteiramente consistentes em relação às suas afirmações de Divindade. Ele atuou, sem se justificar, como Deus encarnado! Ele proclamou a habilidade de perdoar os pecados (Mateus 9.2-6). Os judeus sabiam que qualquer mero homem que fizesse tal afirmação era um blasfemador. Jesus também aceitou adoração dos humanos, depois de dizer sem dúvida que adoração pertence somente a Deus (Mateus 4.10; 8.2; 9.18; João 9.38). Nas ações de Jesus ele afirmava ser Deus. Quando a meros homens ou anjos foram oferecidos tal adoração, eles apressavam-se à proibi-la (Atos 10.25-26; Apocalipse 22.8-9).

O que faremos com as ações de Jesus? Se ele foi um mero homem, certamente os judeus estavam certos em acusá-lo de blasfemar, por ter se apresentado como Deus. Não podemos atribuir suas ações a um simples homem e considerá-lo bom e perfeito. Jesus foi o Senhor, que afirmou ser, ou ele foi um mentiroso, ou um lunático.

Os Sinais de Jesus

Agora vamos para um verdadeiro teste das afirmações da Divindade de Jesus. Se ele realmente é Deus, criador e sustentador do universo, então seria razoável esperar que suas palavras fossem confirmadas com inegáveis demonstrações de poderes sobrenaturais. Os sinais, ou milagres, de Jesus preenchem um importante papel neste sentido. Os relatos do evangelho são cheios de detalhes de vários milagres os quais Jesus realizou. Estes milagres são claras e inegáveis demonstrações de poder. Jesus curou pessoas de evidentes enfermidades, ressuscitou os mortos, acalmou os mares, etc.

Até seus adversários não negaram a veracidade de seus milagres. Eles contestavam a fonte de seu poder (Mateus 12.22-28) e as autoritárias afirmações de que se podia perdoar pecados (Mateus 9.1-8). Eles criticaram porque Jesus curou nos sábados (João 9.13-16). Mas, não negavam a autenticidade de seus milagres! Jesus não é lunático, nem mentiroso e sim o que ele mesmo afirmava ser, Deus.

A Ressurreição de Jesus

O túmulo de Jesus foi encontrado vazio três dias após sua morte. Desde a época da morte de Jesus, existem duas explicações do sepulcro vazio. Uma é a explicação bíblica sobre qual a fé dos cristãos está  baseada em que Jesus ressuscitou dos mortos (1 Coríntios 15.3-4,14). A outra é aquela que foi tramada pelos mesmos homens que organizaram desonestamente a traição, julgamento e crucificação de Jesus. Os líderes religiosos subornaram os soldados para que disseram que o corpo de Jesus tinha sido roubado (Mateus 28.11-15). Note três falhas fatais desta explicação:

a) Foi comprovado que os sacerdotes mentiram.
b) O corpo nunca foi encontrado.
c) Os "ladrões de covas" (apóstolos) citados sofreram torturas terríveis e escolheram morrer porque não quiseram se retratar de sua afirmação que Jesus realmente ressuscitou. Homens morrem pelo que acreditam. É um absurdo afirmar que uma dúzia de homens estariam querendo morrer por uma mentira tão conhecida! A ressurreição apresenta-se como a máxima evidência da Divindade de Jesus.

Qual é a importância Disto?

Esses pequenos exemplos acima (as afirmações, as ações, os sinais, e a ressurreição de Jesus) servem meramente para apresentar a abundante evidência da Divindade de Jesus Cristo. Numa época em que a dúvida e a descrença estão em alta, toda pessoa que deseja seguir Jesus precisa cuidadosamente considerar o caso para com a Divindade de Cristo. Jesus mesmo declarou o significado deste tema quando ele disse: "Se não crerdes que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados" (João 8.24). Você pode dizer, como o "duvidoso" Tomé disse, que Jesus Cristo é "meu Senhor e meu Deus" (João 20.28-31)? Sua resposta para esta questão é de eterno significado. Considere isto cuidadosamente.

Texto original de Denis Allan (fonte), Adaptado.

terça-feira, 22 de abril de 2014

O argumento do diabinho azul jocaxiano [Resposta da Resposta]


Olá, pessoal.

Para continuar, você deve antes ter lido a primeira parte deste texto aqui.

Recebi uma resposta que ficou tão grande que merecia ser replicada na forma de texto. Vou tentar responder na medida do possível. As citações estão em itálico; de JOCAX em azul e de Rubens Leite em vermelho.

Obs: Desculpem pelos erros ortográficos e a edição pobre, não estou tendo tanto tempo para dedicar ao blog quanto antigamente. Tenham paciência, leitores!

Abraços, Paz de Cristo.

sexta-feira, 28 de março de 2014

O pensamento de Roy Clouser sobre Teísmo Cristão e Ciência


Por Guilherme de Carvalho*

Resumo**

O filósofo americano Roy Clouser desenvolveu recentemente um modelo para explicar a relação entre a religião e a ciência, a partir de uma crítica interna do empreendimento científico. Segundo Clouser, todo pensamento teórico depende de pressuposições a respeito da ordem cósmica cuja natureza é indistinguível de certos tipos de crença religiosa – aquelas crenças a respeito do que constituiria o fundamento divino do mundo. A partir da observação da indistinguibilidade dessas crenças, Clouser sustenta que a ciência tem, necessariamente, um ponto de partida religioso que condiciona a construção teórica.

A partir dessa descoberta, Clouser apresenta a crença teísta cristã clássica como um ponto de partida viável para o empreendimento científico, e como uma imagem de mundo superior às imagens não-teístas de mundo, na medida em que estas não fornecem subsídios suficientes para lidar com o problema do reducionismo científico e com os impasses teóricos relacionados a ele. 

quarta-feira, 12 de março de 2014

O Argumento do Diabinho Azul Jocaxiano


Olá, leitores. 


Aqui está mais uma resposta a leitor, que veio direto da seção de comentários. Aproveitei uma breve que fiz nos meus estudos aqui para publicá-la. 

Abraços, Paz de Cristo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ausência



Caros leitores,

não é com alegria que venho contar isto, mas devido a algumas questões pessoais, principalmente em relação à conclusão da minha faculdade, receio que verão o blog e a página no Facebook passar a ter uma frequência bem menor de atualizações.

Esta página em breve completará três anos desde a sua fundação e desde então tem funcionado a todo vapor, às vezes mais intensamente, às vezes menos. A página no Facebook ajudou a divulgar e estender o trabalho, que na rede social conta atualmente com mais de 6 mil fãs. Consegui contato com muitos outros blogueiros apologéticos em atividade, e sou muito agradecido ao apoio de muitos deles.

Se você aprecia o nosso trabalho e deseja ajudar para que ele não pare, não deixe de nos contactar. Quanto ao mais, para quem não conhece todo o nosso trabalho, você tem ao seu dispor aqui mais de uma centena de textos sobre os mais variados assuntos, relacionados à ciência, religião cristã e teísmo. Não deixe de conferir, visite também os nossos parceiros, aqui na aba lateral e não deixe de curtir a página no Facebook.

Abraços, Paz de Cristo.

Quebrando o Encanto do Neo-Ateísmo




Caros leitores,

venho com muita alegria anunciar o PQuENA (Projeto Quebrando o Encanto do Neo Ateísmo). O famoso blogue apologético que ficou fora do ar desde meados de 2012 teve quase todas as suas postagens recuperadas e colocadas em uma página do wordpress, da qual somos parceiros. Você pode acessá-la em:


Depois de quase um ano parado, mais modificações foram feitas, a saber, mais textos antigos foram acrescentados, os links quebrados nas postagens foram consertados e a página está melhor organizada. 

Não deixem de conferir o trabalho lá e aproveitem bastante, pois sem dúvida é o material mais rico de combate ao neo-ateísmo já publicado em português.

Abraços, Paz de Cristo.
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