terça-feira, 15 de maio de 2012

Afinal, existem evidências para a existência de Deus? [Parte 3]

(Ler a Parte 2)



6. O Argumento Ontológico

Este argumento é bem antigo e foi originalmente proposto por Santo Anselmo, tendo sido mais tarde reformulado e defendido por Alvin Plantinga, Robert Maydole, Brian Leftow e outros. As várias versões diferem um pouco entre si, mas em geral um argumento ontológico consiste em partir de uma  definição de Deus e chegar à conclusão de que a sua existência é necessária (necessário, em filosofia, é algo que não possui nenhuma possibilidade de ser falso). Esse tipo de argumento é unicamente um raciocínio a priori e faz pouca ou nenhuma referência a posteriori, de cunho empírico.

Na verdade o argumento ontológico foi amplamente combatido e refutado por vários filósofos ilustres em suas versões anteriores. A versão de Plantinga é considerada mais estruturada (e um pouco mais complexa), formulada em termos semânticos de mundos possíveis. Na filosofia, um mundo possível é uma descrição completa da realidade, ou uma forma como a realidade poderia ser. Isto pode ser pensado como uma série de proposições dadas sobre a realidade. Um mundo possível é quando todo este conjunto de preposições é verdadeiro.

Todavia, é necessário que as várias conjunções que compreendem um mundo possível devem ser capazes de ser verdade tanto individualmente como juntas. Por exemplo, a proposição “O Primeiro Ministro é um número primo” é necessariamente falsa, porque números são objetos abstratos que não podem ser concebidos em identidade com um objeto concreto como o Primeiro Ministro. Portanto, qualquer mundo possível não pode ter esta proposição como uma de suas conjunções; sua negação, entretanto, será uma conjunção de qualquer mundo possível. Esta proposição é necessariamente falsa, isto é, ela é falsa em qualquer mundo possível. Em contraste, a proposição “Rubens Barrichelo é o presidente do Brasil” é falsa no mundo real, mas poderia ser verdadeira, então ela é uma conjunção presente em alguns mundos possíveis. De forma similar, dizer que Deus existe em algum mundo possível é dizer que a proposição “Deus existe” é verdadeira em alguma descrição completa da realidade.

Em sua versão do argumento ontológico, Plantinga concebe Deus como um ser que é “maximamente excelente” em todo mundo possível. Plantinga usa o termo “maximamente excelente” para incluir propriedades como onisciência, onipotência e perfeição moral. Um ser que tenha excelência máxima em cada mundo possível teria o que Plantinga chama de “grandeza máxima”. A partir disto, Plantinga argumenta,

1. É possível que um ser maximamente grande exista.
2. Se é possível que um ser maximamente grande exista, então um ser maximamente grande existe em algum mundo possível.
3. Se um ser maximamente grande existe em algum mundo possível, então ele existe em cada mundo possível.
4. Se um ser maximamente grande existe em cada mundo possível, então ele existe no mundo real.
5. Se um ser maximamente grande existe no mundo real, então um ser maximamente grande existe.
6. Portanto, um ser maximamente grande existe.

Este argumento possui uma linguagem mais técnica, mas é curioso notar que as premissas 2 a 5 do argumento são relativamente não controversas. A maioria dos filósofos concordaria que se a existência de Deus for ao menos possível, então ele precisa existir. A questão mais séria para validar este argumento é a primeira premissa.

A ideia de um ser maximamente grande é intuitivamente uma ideia coerente, e portanto parece ser plausível que este ser possa existir. Para o argumento lógico falhar, o conceito de grandeza máxima precisa ser incoerente, como por exemplo o conceito de “solteiro casado”. Parece-nos que um ser maximamente grande não parece ser, nem mesmo de forma remota, incoerente. Isto é um ponto a favor da validade da primeira premissa.

Como eu disse anteriormente, o argumento ontológico foi muito criticado em suas versões anteriores. Recentemente Dawkins dedicou sete páginas do seu livro Deus, um delírio para ironizar e parodiar este argumento. Mas é notável que todas as suas objeções referem-se às versões antigas do argumento, e praticamente não têm efeito sobre a versão de Plantinga (veja a referência).


7. O Argumento da Razão

O escritor C. S. Lewis surgiu com esse argumento. Ele afirma que Deus deve existir, porque:

“Supondo que não há nenhuma inteligência por trás do universo, nenhuma mente criativa. Nesse caso, ninguém concebeu meu cérebro para o propósito de pensar. Trata-se apenas de um acaso, que os átomos no interior do meu crânio, por razões físicas ou químicas, se organizaram de uma certa maneira que me dá, como subproduto, a sensação que eu chamo de pensamento. Mas, em caso afirmativo, como posso confiar em meu próprio pensamento, que ele é verdadeiro? É como virar uma jarra de leite na esperança de que a maneira como o leite espirra resulte em um mapa de Londres. Mas se eu não posso confiar em meu próprio pensamento, é claro que eu não posso confiar nos argumentos que levam ao ateísmo e, portanto, não tenho razão para ser ateu, ou qualquer outra coisa. Se eu não acreditar em Deus, eu não posso acreditar no pensamento e não posso usá-lo para não acreditar em Deus”.

Eu acho particularmente este argumento genial (embora seja suspeito para falar, como sou um grande fã de C. S. Lewis), embora não seja um argumento direto da existência de Deus, é um argumento fulminante contra o materialismo que o ateísmo pressupõe. No entanto, dado que a maioria dos ateus usa o materialismo naturalista como a fundação de ateísmo, é um argumento muito viável.

8. A Bíblia

Embora muitos pensam que argumentar a existência de Deus a partir da Bíblia seja algo totalmente sem valor racional, eu penso que há alguns motivos pelos quais podemos considerar a Bíblia como um dos "argumentos" para a existência de Deus.

Se existissem apenas os argumentos racionais para acreditar que Deus existe, eu acho que isso seria insuficiente e levantaria muitas questões, por exemplo: "Por que Deus não se revelou de uma maneira mais clara à humanidade?" Os teólogos dizem que Deus se revelou principalmente através da Bíblia, o que chamamos de revelação específica, para fazer contraste com as evidências de Deus através da natureza, que fazem parte da revelação natural. O que é maravilhoso constatar a respeito de Deus é que os dois se complementam, de uma maneira que só poderiam se estivessem apontando exatamente para o mesmo Ser.

Se Deus existe, seus pensamentos, personalidade e atitudes poderiam ser conhecidos somente se Ele resolvesse revelá-los diretamente. Quase tudo mais seria especulação humana. Nós perderíamos muito se Deus não quisesse ser conhecido. Mas Deus quer que o conheçamos e nos contou na Bíblia tudo o que precisamos saber sobre Seu caráter e como nos relacionarmos com Ele.

Existem muitas objeções dos céticos ao argumento da Bíblia. A primeira que eu vou citar é com certeza a mais desprovida de sentido. Uma frase que se vê por aí em muitos discursos de ateísmo militante ou de neo-ateísmo (se não são a mesma coisa) é "A Bíblia prova que Deus existe tanto quanto os gibis do Super-Homem provam que ele existe." Uma comparação deste tipo só mostra que além de não ter nenhum respeito, o acusador desconhece princípios básicos de literatura. Todos sabem que histórias em quadrinhos, no caso do herói em questão, são sabidamente fictícias e ninguém, nem mesmo os autores, afirmam o contrário. Até as localidades são fictícias. Não existe nenhuma cidade superpopulosa no meio-oeste americano chamada "Metropolis". Por outro lado, a Bíblia é um conjunto de documentos históricos, falando sobre pessoas reais que viveram em lugares reais e viveram experiências reais. A maioria dos relatos da Bíblia foi confirmado por descobertas arqueológicas (não estou falando de polêmicas como o jardim do Éden ou do dilúvio, mas das civilizações antigas, como os cananeus, o reino de Davi e a existência histórica de Jesus, por exemplo). [Para uma visão mais detalhada do assunto, veja o artigo do blog Caos & Regresso: A religião dos super-heróis]

A segunda objeção é com certeza mais importante, e diz respeito à fidedignidade da Bíblia. Como eu disse, as descobertas arqueológicas refutam grande parte desta objeção. Outro lado desta objeção é em relação a  alteração dos textos originais. Mas, comparado com outro livros da mesma época, a Bíblia é indiscutivelmente o texto mais bem conservado da Antiguidade. Os manuscritos mais antigos encontrados são os do Mar Morto, e o conteúdo deles é praticamente igual ao que é encontrado em qualquer Bíblia de hoje em dia. Há algumas divergências entre um ou outro manuscrito, mas geralmente estas divergências são em relação a palavras que não alteram drasticamente o sentido do texto. Sobre o Novo Testamento, William Craig afirma:
"Hoje, os críticos textuais comparam diferentes manuscritos antigos de modo a reconstruir o que os originais diziam. O Novo Testamento é o livro mais atestado da história antiga, seja em termos de manuscritos encontrados ou em termos de quão próximos eles estão da data original de escrita. Os textos já foram reconstruídos com 99% de precisão em relação aos originais. As incertezas que restam são trivialidades. Por exemplo, na Primeira Epístola de João, ele diz: “Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra”. Mas alguns manuscritos dizem: “Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo se cumpra”. Não temos certeza se o texto original diz ‘vosso’ ou ‘nosso’. Isso ilustra como esse 1% de incerteza é trivial."
A terceira objeção possível é em relação à existência de outros livros considerados sagrados pela humanidade. O que faz com que a Bíblia seja o único livro certo e todos os outros sejam errados? Bem, perceba que eu construí uma argumentação aqui que não partiu da Bíblia a princípio, mas sim de argumentos lógicos metafísicos. Mas, por acaso, a Bíblia corrobora com a mesma ideia a que chegamos através dos argumentos (um Criador pessoal, imaterial, eterno e moralmente perfeito). Se alguém me mostrar uma teologia não-cristã que possua estruturação coerente com estes argumentos, posso parar pra pensar. Enquanto isto, é mais racional para mim seguir o cristianismo.

Ainda há mais uma objeção (são tantas!) a respeito da Bíblia: muitas pessoas não confiam nos relatos bíblicos porque acreditam que o seu conteúdo está contra as descobertas atuais da ciência.Um mundo criado em 6 dias, cobras falantes, dilúvios mundiais, etc. É preciso ter muito cuidado com a interpretação dos relatos da criação de Gênesis, principalmente, porque não há muita coisa que garanta que os "dias" citados ali são literais. Sobre isto, leiam o artigo Interpretação Literal do Gênesis? E isto, ao contrário do que os ateus possam pensar, não foi uma mudança de interpretação para se adaptar às descobertas científicas. Santo Agostinho, em seus livros Confissões e Comentário ao Gênesis, já falava de uma interpretação não literal dos dias da criação e ainda propôs que Deus havia formado as espécies de uma forma muito semelhante à teoria da evolução, isto cerca de 1400 anos antes de Darwin pensar em sua teoria!

Assim como a teologia natural e a filosofia apotam para o Criador revelado, a Bíblia aponta para o Deus revelado na natureza: 
“Mas pergunta agora aos animais, e cada um deles te ensinará; e às aves dos céus, e elas te farão saber. Ou fala com a terra, e ela te instruirá; até os peixes do mar te contarão. Qual entre todos estes não sabe que a mão do SENHOR fez isto?” Jó 12.7-9.
“Porventura, não está Deus nas alturas do céu? Olha para as estrelas mais altas. Que altura!” Jó 22.12.
“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste” Salmos 8.3.
"Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos." Salmo 19.1
“Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar”. Isaías 40.26.
"Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;" Romanos 1.20

9. A vida e ressurreição de Jesus Cristo

Todos estes argumentos, talvez inclusive a Bíblia, não valeriam de nada se Deus não tivesse se manifestado a nós de uma forma central e definitiva. A morte e ressurreição de Jesus é o tema central do cristianismo, através do qual toda a fé cristã passa a ter valor e sentido (1 Co 15.14). É um fato muito interessante, e digno de nota aqui, de que existe uma boa base histórica para se acreditar na ressurreição de Jesus. Sobre isto, William Craig diz:

"Temos boas bases históricas [para a ressurreição de Jesus]. A palavra ‘prova’ pode ser enganosa porque muitos a associam com matemática. Certamente, não temos prova matemática de qualquer coisa que tenha acontecido na história do homem. Não temos provas, nesse sentido, de que Júlio César foi assassinado no senado romano, por exemplo, mas temos boas bases históricas para isso. Meu argumento é que se você considera os documentos do Novo Testamento como fontes da história antiga, — como os historiadores gregos Tácito, Heródoto ou Tucídides — o evangelho aparece como uma fonte histórica muito confiável para a vida de Jesus de Nazaré. A maioria dos historiadores do Novo Testamento concorda com os fatos fundamentais que balizam a inferência sobre a ressurreição de Cristo. Coisas como a sua execução sob autoridade romana, a descoberta das tumbas vazias por um grupo de mulheres no domingo depois da crucificação e o relato de vários indivíduos e grupos sobre os aparecimentos de Jesus vivo após sua execução. Com isso, nos resta a seguinte pergunta: qual é a melhor explicação para essa sequência de acontecimentos? Penso que a melhor explicação é aquela que os discípulos originais deram — Deus fez Jesus renascer dos mortos. Não podemos falar de uma prova, mas podemos levantar boas bases históricas para dizer que a ressurreição é a melhor explicação para os fatos. E como temos boas razões para acreditar que Cristo era quem dizia ser, portanto temos boas razões para acreditar que seus ensinamentos eram verdade. Sendo assim, podemos ver que a Bíblia não foi criação contingente de um tempo, de um lugar e de certas pessoas, mas é a palavra de Deus para a humanidade."
[UPDATE: Se quiser saber sobre as evidências acerca da ressurreição de Jesus, veja este artigo: 23 argumentos para a validade histórica da ressurreição de Jesus Cristo]

10. Experiência imediata de Deus

Este não é de certa forma um argumento lógico, mas é um jeito aparentemente legítimo de se saber que Deus existe. A Bíblia diz em Jeremias : "E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração" (Jr 29.13) Então, quando buscamos a Deus de coração, Ele pode se revelar a nós de modo que sua existência fique inescusavelmente clara para nós de forma pessoal.

Os filósofos William Craig e Alvin Plantinga argumentam que isto equivale a elevar a crença na existência de Deus a uma crença básica. Na epistemologia (parte da filosofia que estuda o conhecimento), uma crença básica é um tipo de crença que não precisa de justificação, porque é auto-justificada. A teoria epistemológica mais conhecida é o fundacionismo, que defende que o que justifica uma crença é uma outra crença que chama de crença básica. Por exemplo, o que justifica minha crença de que existe um computador na minha frente é minha crença de que estou vendo um computador na minha frente. Este segunda crença é auto-justificada e não pode estar errada: eu não posso acreditar que estou vendo um computador se eu não estiver efetivamente vendo um computador. Claro que é possível que eu esteja vendo um computador, mas não haja nenhum computador na minha frente, mas mesmo nesse caso, minha crença de que há um computador está justificada, pois ela deriva de uma crença básica.

Para o filósofo e apologista Alvin Plantinga, a crença em Deus é uma crença básica, e por isso, é impossível que seja falsa. Segundo ele, ela é causada pelo próprio Espírito Santo, portanto, se a causa é externa, é impossível que não seja verdadeira, sendo, assim, uma crença básica. É o que William Lane Craig chama de "Testemunho do Espírito Santo", e dessa crença básica derivam outras que, mesmo que sejam falsas, estão justificadas, como a crença de que Jesus é a salvação e que ele ressuscitou dos mortos. Porém, a crença básica é sempre certa, indubitável e auto-justificada.

Levando em conta que se for verdade que o Espírito Santo é capaz de causar crenças, então as crenças serão básicas, isto é, certas e indubitáveis, ou "claras e distintas", como dizia Descartes, como afirmar que um crente não pode saber que Deus existe?"

Conclusão

Em primeiro lugar, vimos que ao questionar sobre evidências para a existência de Deus, temos que pensar sobre qual tipo de evidências podemos falar. Depois, foi argumento que como a existência de Deus é um fenômeno metafísico, não como prová-la matematicamente ou mesmo cientificamente; mas como toda afirmação metafísica, você pode acreditar nisto desde que possua argumentos racionais suficientes pra isto.

Daí vimos alguns (sim, não são todos) dos argumentos para a existência de Deus. É interessante notar que eles são cumulativos, ou seja, cada um nos fornece um motivo a mais para acreditar nEle e também revela alguma de suas características.

Vamos ver se eu respondi às perguntas iniciais propostas pela Liliana:

Qual o motivo para acreditar que tudo isto [o Universo] foi obra de uma criação divina?

Isto foi respondido com os argumentos 1 a 4. A própria existência de algo ao invés de nada, a existência do Universo e o fato de ele ter tido um começo no tempo, a ordem inerente do Universo, a existência de leis naturais e o ajuste fino das condições do Universo para a possibilidade da vida são bons motivos que apontam para o Criador.

A verdade é que não existe motivo nenhum racional para acreditar que o universo e tudo o resto que não conhecemos (...) seja uma criação divina de entidade inteligente. Mas já sabemos o que provoca as catástrofes naturais (outrora acções de deuses e divindades), ou o que significa um eclipse da lua ou do sol... ou um meteorito... o nosso lugar na nossa galáxia... compreendes?

Esta no entanto já foi respondida logo na primeira parte do artigo. Fatos naturais são explicados pela ciência. O fato de que catástrofes naturais tenham sido explicadas no passado como ação de uma divindade de maneira nenhuma prova que Deus não existe. Na antiguidade a ciência ainda não havia sido criada e o homem ainda não havia compreendido a diferença entre físico e metafísico. Hoje, sabemos que fenômenos naturais podem ter suas causas naturais investigadas unicamente pela ciência. Mas Deus não está de forma nenhuma inserido no escopo de coisas que a ciência pode explicar. Por isto, para ser analisada racionalmente, a ideia da existência de Deus precisa passar por outros caminhos, que foram os que eu expus aqui no artigo.


Eu acho a questão sobre a existência de Deus uma das mais importantes a se fazer neste mundo. Não vou discutir os porquês aqui, porque acabaria dando outro texto. Mas enfim, o que eu tentei mostrar é que a crença em Deus é racional e há motivos para acreditar nEle. Então, neste momento, você deveria se perguntar: eu quero acreditar nEle? Os argumentos são bons, mas melhor ainda é quando Ele próprio confirma esta crença em nossa mente através da experiência com Ele. Deus se mostra no Universo, na natureza, mas também se revelou pela Biblia e especialmente pela mensagem de Jesus Cristo. Se você puder, comece a ler os evangelhos e pare para se perguntar: "Será mesmo que isto é verdade?". Ao analisar os argumentos aqui expostos de forma honesta e ao buscá-lo com esta mesma honestidade, eu tenho certeza que você vai encontrá-lo, e que Ele também vai fazer muito bem a você, assim como faz a mim.

Abraços, Paz de Cristo.

Referências 

ADAMSON, Marilyn - Deus existe? - revisado por Débora Fernandes. Disponível em: 
http://www.suaescolha.com/existencia/deusexiste/deusexiste/ Acessado 04/05/2012 12:04

CRAIG, William L. - Como Richard Dawkins destrói a ciência. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=m9N3i9hjy9A Acessado 11/05/2012 13:24

CRAIG, William L. - O melhor argumento para a existência de Deus. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=8oOaRysHolc Acessado 04/05/2012 11:50

CRAIG, William L. - O novo ateísmo e os argumentos para a existência de Deus  - Traduzido por Eliel Vieira. Versão original disponível em: http://www.reasonablefaith.org/the-new-atheism-and-five-arguments-for-god Acessado 12/05/2012 14:23

GANSSLE, Gregory E., Ph.D., - Você pode provar a existência de Deus? - revisado por Débora Fernandes. Disponível em: http://www.suaescolha.com/existencia/deusexiste/provas/ Acessado 04/05/2012 12:03
A existência de Deus pode ser demonstrada? - William Lane Craig e Laurence Kuhn. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=nODMAsbNKcU Acessado 04/05/2012 11:42

É possível acreditar em Deus usando a razão - Entrevista com William Lane Craig - Revista Veja. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/e-possivel-acreditar-em-deus-usando-a-razao-afirma-william-lane-craig Acessado 14/05/2012 17:02

A ordem do Universo prova a existência de Deus? - Respostas ao Ateísmo
http://respostasaoateismo.blogspot.com.br/2012/03/ordem-do-universo-prova-existencia-de.html Acessado 11/05/2012 14:02

Argumento Cosmológico - All about Philosophy
http://www.allaboutphilosophy.org/portuguese/argumento-cosmologico.htm Acessado 11/05/2012 10:20

Argumento da Contingência - Teonismo
http://teonismo.wikia.com/wiki/Argumento_da_contingência Acessado 10/05/2012 18:49

Argumento Ontológico - Wikipédia, a Enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Argumento_ontológico Acessado 12/05/2012 15:09

Existência de Deus - Wikipédia, a Enciclopédia livre.

Five Arguments for and against the existence of God - Listverse

Necessidade (filosofia) - Wikipédia, a Enciclopédia livre.

Técnica: Não há evidências - Quebrando o Encanto do Neo-Ateísmo.
http://teismo.net/quebrandoneoateismo/2010/09/11/tecnica-nao-ha-evidencias/

20 comentários :

  1. muito bom cara, muito bom. admiro muito seu trabalho aqui e aprendo muito com você.
    Abraços e fique com Deus.
    Paz de Cristo.

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    1. Obrigado pela participação e pelo elogio.

      Volte sempre,
      Abraços, Paz de Cristo.

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    2. Ei david souza! Eis um artigo que ficaria muito bem em seu blog:

      Diferenças entre ateus, neo-ateus e antiteistas.

      http://direitasja.wordpress.com/2012/04/07/por-que-eu-nao-sou-um-neo-ateu/

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    3. Gostei muito do artigo. Muito obrigado pela sugestão.

      Abraços, Paz de Cristo.

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  2. Cara me desculpe, mas cade as evidencias da existencia de deus, que tanto procurei e nao encontrei?

    Outro ponto, porque vcs se concentram tanto na morte de cristo e nao no nascimento ou adoslecencia?
    Provem primeiro que ele nasceu de uma virgem e depois falamos sobre a morte do mesmo, isso é se vcs consguirem provar isso.

    Esperando evidencias, vlw diego souza ate

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    1. Leia o texto de novo, então, caro Diego, e recomendo que leia as três partes para que entenda melhor.

      Segundo o cristianismo, a morte e a ressurreição de Jesus (e não seu nascimento) é o principal evento da história. A morte de Jesus significa o amor de Deus sendo provado, em Ele mesmo pagar o preço pelos nossos pecados.

      Não temos que primeiro provar o nascimento virginal de Jesus para provar o resto depois. Isto aliás nem é algo tão importante assim. Você pode ser um cristão legítimo mesmo sem nunca ter sabido que Jesus nasceu de uma virgem, já que segundo a Bíblia, para ser cristão basta acreditar em Deus e na morte e ressurreição de Jesus, que torna possível o relacionamento com Deus.

      Além disso, se a ressurreição de Jesus for provada, automaticamente tudo que Ele disse sobre Ele mesmo fica provado como verdade, pois se Ele disse que era Deus, Ele provou isso morrendo e ressuscitando, e nenhuma outra prova é necessária. A questão do nascimento é assim irrelevante.

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    2. Simples entao, basta Acreditar em deus e esquecer toda resto, q resposta é essa diego? Esperava mais de vc!
      Li 3x o artigo, aquilo vc chama de evidencias da existencia de deus?

      A vida de jesus é rodeada de milagres, tanto a morte como o nascimento, tem a mesma importancia historica e nao pessoal.

      "Isto aliás nem é algo tão importante assim." - Como nao é tao importante assim? vcs falam tanto de deus e nem conseguem provar q ele nasceu mesmo de uma virgem,e vem jogando a morte dele como algo verdadeiro, q deus é esse q para segui-lo vc nao precisa se importar ou dar devida importancia a pequenos detalhes como o nascimento de uma vrgem? Q deus é esse q a preocupação é com os ensinos e não os fatos historicos?

      E irei dizer novamente: hitchens nao perdeu o duelo com craig, mesmo graig ficando muito feliz no final do debate, diversas pessoas como algumas do site ceticismo.net e diversos outros sites ateus, ja detonou alguns artigos do dr william graig, o q falta é achar alguem pra debater com esses argumentos vs nosso querido e amado Dr. William graig

      Abraço paz e amor

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    3. "Existem argumentos filosóficos lógicos para a existência de Deus. Estes argumentos geralmente são um conjunto de premissas em que se segue a conclusão lógica de que Deus existe. Eles não 'provam' que Deus existe, dada a impossibilidade de provar uma afirmação metafísica, como já comentei. Entretanto, eles oferecem boas razões para que acreditemos nisso (assim como temos boas razões para acreditar que as leis físicas são universais, que não existe um infinito real e que existe um mundo exterior à nossa mente)."

      Encontrei o q procurava..... MAs como disse antes não existem provas concretas de tal existencia, e mesmo os argumentos que apontam para a existencia de deus, não sao suficientes para tal existencia. Podem ser suficientes para milhares de pessoas, mas para outros milhares não. Não por ser verdade ou o inverso disso, simplismente por nao ser o suficiente. Não vejo razoes, ou evidencias suficientes para seguir o seu deus ou qualquer outro, pra mim o criacionismo entra na categoria de teorias para a explicação da vida e do universo, mas pelo fato, veja bem fato, dessa teoria ter mais areas cinzas do que preto e branco, não deve ser levada tao a serio quanto muitos imaginam....

      Respeito sua opiniao, o mundo pra mim nao seria o mesmo, se nao houvesse um divergencia de opinioes sobre diversos assuntos, isso apenas acrescenta e nos mostra a melhor direçao para nossa existencia, e se a religiao nunca tivesse existido, nunca teriamos a oportunidade de conhecer tais argumentos ou a teoria sobre criacionismo, pra mim foi um grande oportunidade de conhecimento, e agradeço por sua iniciativa... Da mesma forma, agradeço por ter feito esse blog, nao apenas agradeço a vc, mas a outros blogs tambem tanto teistas ou nao.

      Mas mesmo seus argmentos nao sao suficientes para levar uma vida de comunhao com deus, e de fato, não é necessario deus para se ter uma vida plena e viver bem. Vivo e sei q morrerei, e se houver algo alem, q seja mesmo uma recompensa não cabe a mim, o tempo e força q empregaraia para deus, emprego fazendo o melhor as pessoas q amo, dedicome muita mais hoje fora de uma religiao, a uma vida diferente e saudavel, mas isso nao quer dizer q muitos dentro de uma religiao nao tenham algo assim, isso só mostra q para viver bem, nao importa a religiao ou não religiao, viver bem indifere do q vc acredita....Grande abraço e nao acredito em benções ou maldições, mas q deus abençoe seu caminho, acho q essa é a melhor frase a dizer ja q vc esta em algo q acredita nisso.... Grande abraço

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    4. Anônimo,
      o sr. escreveu "não é necessario deus para se ter uma vida plena e viver bem"

      eu não consigo imaginar um motivo para viver sem a ideia de perfeição, existe uma frase na bíblia que diz "se não há ideal, o povo perece". Imagine que um dia toda vida acabará, o universo ficará cada vez mais frio até que não haja luz e a humanidade desapareça, qual a razão de nos esforçarmos por qualquer coisa, se um dia tudo desaparecerá ?

      o sr. também escreveu "MAs como disse antes não existem provas concretas de tal existencia, e mesmo os argumentos que apontam para a existencia de deus, não sao suficientes para tal existencia."

      Essa prova concreta que o sr. espera, acredito eu, é uma evidência física, perceptível aos sentidos. Mas tudo que existe está baseado, primeiramente, em verdades não provadas, ou auto-evidentes. Existem dois tipos de verdades assumidas, as auto-evidentes a as provadas. As auto-evidentes, por definição, não precisam de prova.

      Perceba que tudo o que nós sabemos depende do princípio de identidade, antes de acreditar no que o cientista diz, é preciso que acreditemos no nosso próprio testemunho, e pra isso precisamos acreditar que nós existimos, ou seja, o "eu existo" independe de prova. Acreditar na existência da realidade é uma coisa espontânea do ser humano.

      O processo de prova científica nada mais é do que criar uma ponte lógica entre uma “proposição complexa a ser provada” e uma “verdade simples auto-evidente”

      Uma proposição auto-evidente é constatada através de uma indução intuitiva, existem dois tipos, a empírica e a geral.
      Se a proposição auto-evidente for empírica, será um dado de conhecimento sensível, por exemplo: a grama é verde. Uma pessoa cega não poderia fazer essa indução.
      Se ela for geral, será um dado de conhecimento dos termos, por exemplo: o todo é maior do que qualquer de suas partes. Como provar que o todo é maior que suas partes? Você pode provar que parte de determinado objeto é menor que seu todo, mas como confirmar isso para todas as coisas?

      Outro exemplo: do nada, nada surge. Como provar cientificamente que do nada, nada surge? Você pega uma embalagem a vácuo e analisa durante uns mil anos pra ver se aparece alguma coisa? Na verdade não foi descoberto ainda o vácuo perfeito, mas mesmo que tivesse nunca poderiam provar por experimentos.

      Assim também é o princípio de identidade, afirmar a existência do "eu" também é uma premissa auto-evidente, sem aceitar esta premissa nenhum experimento científico é valido.

      Essas coisas eu tirei do livro O Trivium, da Irmã Miriam, e de textos de Aristóteles.

      Então eu lhe pergunto, sr. Anonimo, se para acreditar que você mesmo existe você aceita uma verdade intuitiva não provada, por que para saber se Deus existe você não utiliza o mesmo método ?

      Att,
      Claudio

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    5. Por outro lado, se o sr. acredita em verdades auto-evidentes, eu lhe proponho acreditar no princípio de causalidade universal, que também é uma verdade auto-evidente. Esse princípio diz que no nosso universo, todo evento tem uma causa. Esta é uma verdade auto-evidente pois notamos na realidade material que as coisas são dotadas de movimento e causa.

      A partir do momento que se aceita esse princípio, podemos definir as seguintes proposições:
      1. Tudo que tem um início tem uma causa;
      2. o universo teve um início;
      Chegamos a conclusão do silogismo:
      3. O universo tem uma causa.

      Agora analise esta outra verdade auto-evidente:
      4. a causa primeira precisa ser INFINITA
      obs: por que ela precisa ser infinita? porque senão contraria a proposição 1. Tudo que tem um início tem uma causa;
      Logo, chegamos a conclusão:
      5. a causa primeira do universo é infinita.

      Agora estas outras:
      6. O infinito não cabe dentro do tempo
      7. o tempo é finito
      Logo, chegamos a conclusão:
      8. o infinito precisa ser atemporal;

      Na sequência:
      8. o infinito precisa ser atemporal;
      9. a matéria é finita;
      Então:
      10. a matéria não cabe fora do tempo.

      Logo, com 9 e 10, chegamos a conclusão:
      11. um universo atemporal também é imaterial;

      Logo, se:
      5. a causa primeira do universo é infinita;
      8. o infinito precisa ser atemporal;
      11. um universo atemporal também é imaterial;
      Portanto:
      12. O universo teve uma causa INFINITA / ATEMPORAL e IMATERIAL, a esta causa chamamos de Deus.

      Este é o argumento de Kalam expandido, todas as conclusões do argumento acima partem de premissas auto-evidentes.

      Agora sobre a pessoalidade de Deus, segue:
      a. o que está contido em uma parte do todo, também está contido no todo;
      b. a inteligência está contida nos homens;
      c. os homens estão contidos no tempo e no espaço;
      d. o tempo e a matéria não podem estar contidas no nada;
      e. portanto devem estar contidas ou resultar de uma causa atemporal e imaterial;
      f. assim também a inteligência está contida nessa causa primeira.

      Esta é uma forma de deduzir uma causa atemporal, imaterial e pessoal.

      Ainda sobre a pessoalidade desta causa primeira, existe o argumento citado pelo autor do brilhante artigo na 2ª parte: “A única maneira de ter uma causa eterna mas um efeito temporal é se a causa for um agente pessoal que livremente escolhe criar um efeito no tempo.”

      Além deste, existe a 3ª das 5 vias do São Tomás de Aquino, onde ele diz que nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser.
      e a 5ª via: Inteligência ordenadora: existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada.

      Ao autor: obrigado pelo artigo, está muito bem feito e bem explicado.

      Att,
      Claudio

      Excluir
    6. Eu é que agradeço pelo comentário, caro Cláudio.

      Abraços, Paz de Cristo.

      Excluir
  3. Dê uma olhada (se tiver paciência e coragem): http://paradigmaglobalizado.wordpress.com/2013/11/09/irreligiao-e-desenvolvimento/.

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    Respostas
    1. Comentei o texto lá. Publico aqui meu comentário:

      "Existe uma coisa na estatística chamada “correlação espúria”. É tipo tentar fazer uma correlação entre “pessoas com unha do pé encravada” e “casos de morte por ataque cardíaco”. Não estou dizendo que o seu caso é tão ridículo quanto o meu exemplo, mas o que quero dizer é que “correlação” não implica em “causa”.
      Analisar o desenvolvimento de um país é algo muito mais complexo do que apenas olhar para a religião. O desenvolvimento vem de fatores políticos, históricos, administrativos, econômicos, culturais, e em alguns casos até de fatores aleatórios (“sorte”, vamos dizer assim). Alguns desses fatores são independentes da religião. Por exemplo, considerar Suécia e Noruega como países irreligiosos e associar esse estado atual ao seu desenvolvimento é ignorar completamente a história desses países, que são desenvolvidos não pelo seu estado religioso atual, mas por causa de todos os tipos de fatores que eu citei, aliás esses países foram praticamente construídos moldados nas bases da ética e tradicionalismo cristãos, e permaneceram assim por boa parte da sua história.
      Abraços"

      Excluir
  4. Olá, tudo bem?
    Queria discutir sobre o argumento ontológico. Apesar de achá-lo muito bom e não conseguir refutá-lo, me parece que dá pra utilizá-lo para provar a existência de uma séria de coisas. Fiz uma versão para provar que um unicórnio existe. Ficou um pouco complexa porque não consegui pensar em nada mais simples que já não tenha sido refutado antes. Aí está:

    Definição: Xasam é definido como "um unicórnio que existe em todos os mundos onde há possibilidade dele existir (ou seja, todos os mundos que possuem tempo, espaço e qualquer outra coisa necessária para que a existência de um unicórnio não seja incoerente)"

    Argumento:
    1. É possível que Xasam exista
    2. Se é possível que Xasam exista, então Xasam existe em algum mundo possível.
    3. Se Xasam existe em algum mundo possível, então ele existe em cada mundo possível que tenha possibilidade dele existir.
    4. O mundo real tem a possibilidade de Xasam existir (Pois não há nenhuma coisa nesse mundo que torne sua existência incoerente).
    5. Logo, Xasam existe no mundo real.
    6. Se Xasam existe no mundo real, então Xasam existe.
    7. Portanto, um unicórnio existe.

    Consegue ver algum erro nesse meu argumento?

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    Respostas
    1. Olá, caro Felipe, muito obrigado pela contribuição.

      Vejo dois problemas no argumento. O primeiro é que Xazam já é definido como um ser que existe em todos os mundos onde tem a possibilidade de existir. Dessa definição, nenhum argumento é necessário, você já pode concluir que ele existe em qualquer mundo onde possa existir. Em relação ao nosso mundo, você teria que encontrar um motivo para o qual a existência dele seja logicamente incoerente, ou então também concluirá que ele existe.

      Fiquei incomodado com o fato de a definição parecer arbitrária (você tira ela do nada, sem nenhuma evidência que a suporte - isso não acontece com os argumentos do teísmo) e vaga - você não deu as características detalhadas do unicórnio. Assim eu posso pensar por exemplo que ele é simplesmente uma mutação genética de um cavalo que tem um chifre na testa, e existe uma probabilidade não nula que um animal desses já tenha existido na terra em alguma época, por conta da evolução dos mamíferos. A definição de Deus não é arbitrária e decorre diretamente dos argumentos (um ser maximamente grande, a causa primária do Universo, a fonte dos deveres morais, etc.).

      Se eu ignorasse o fato de essa definição ser apelativa, penso que o problema então estaria na premissa 3. Só porque um ser qualquer existe em um mundo não quer dizer que ele tenha que existir em todos os outros. Na verdade isso depende da definição do ser, pela definição que você deu (que foi colocada propositalmente para contornar esse problema), não teria erro, mas como eu expliquei acima o problema deve estar na definição.

      De forma semelhante o erro da premissa 3 não se aplica a Deus por causa da definição dEle como o ser maximamente grande. Na verdade isto é um pouco complexo mesmo de entender, eu mesmo preciso me aprofundar mais nisso, não sou um especialista em argumento ontológico. Seu comentário até me influenciou a estudar isso um pouco mais profundamente. Aqui está um link com o texto acadêmico do argumento ontológico de Plantinga:

      The Ontological Argument - ALVIN PLANTINGA

      Abraços, Paz de Cristo.

      Excluir
    2. Obrigado pela resposta.

      Sinceramente, não concordei muito com a sua refutação. Você diz que a definição é arbitrária, mas eu não acho que definições precisam ser justificadas.
      Por exemplo, a autora J.K. Rowling definiu Orcrux como "um objeto em que você coloca um pedaço da sua alma". Não é necessário citar argumentos para justificar essa definição, pois é só uma mera definição. Outro exemplo:Dragão "é um lagarto com asas que cospe fogo".
      Acho que definições são apenas um apelido para um conjunto de características, e por isso não dizem nada a respeito da existência do ser. Mesmo que eu tivesse definido "Xazam é um unicórnio que existe" isso não significa que ele exista. Por exemplo, digamos que eu dissesse "Quadrondo é definido como um quadrado redondo que existe". É possível que um Quadrondo exista? A resposta é não, pois o conceito de "quadrado redondo" sempre será logicamente contraditório, então não adianta eu acrescentar a característica "que exite", pois continuará sendo logicamente contraditório.

      Eu não vejo nenhuma contradição interna nas características de Xazam. Portanto, acho que a premissa 1 seja verdadeira. Mas estudando melhor eu notei um problema grave na premissa 4, que diz:"não há nenhuma coisa nesse mundo que torne a existência de Xazam incoerente"

      Como você disse no texto, um mundo possível é uma descrição completa de uma realidade - nada é deixado para trás em tal descrição. Então em cada mundo possível, ou a proposição "Xazam existe" é verdadeira ou a "Xazam não existe" é verdadeira. Isso também se aplica ao mundo real. Então temos 2 possibilidades:

      1-No mundo real a proposição "Xazam existe" é verdadeira. Então a premissa 4 é verdadeira.
      2-No mundo real a proposição "Xazam não existe" é verdadeira. Então a premissa 4 é falsa! Porque nesse caso existiria algo nesse mundo que torne a existência de Xazam incoerente, já que seria logicamente impossível Xazam existir e não existir ao mesmo tempo.

      Essas duas possibilidades são igualmente válidas. Como não sabemos se Xazam existe, não há como garantir que a segunda possibilidade não seja a correta, logo não há nenhuma razão para supor que a premissa 4 seja verdadeira. Ou seja, todo meu argumento se resume a "Xazam existe nesse mundo somente se Xazam existe nesse mundo".

      O interessante é que não dá pra refutar a versão original do argumento ontológico dessa forma, pois não existe essa premissa 4 no argumento original. A única forma de Deus não existir seria se a proposição "Deus existe" fosse falsa em todos os mundos possíveis, e isso só seria possível se houvesse alguma contradição interna no conceito de Deus.

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  5. Evidências para a existência de Deus é claro que há. Quando se refere a Deus, obviamente que se está a referir à abstração elaborada pela cultura judaico-cristã. A existência dessa abstração é sociológica e psicologicamente inegável. Tanto assim que discutimos sobre ela. Agora, o que não há, são evidências da existência de divindades concretas correspondentes a tais abstrações culturalmente elaboradas. Ou seja, Deus existe tanto quanto Ìbejì, ou Shiva existem. Sempre é possível discutir sobre essas e outras elaborações abstratas, mas não é possível discutir (e ninguém o faz) sobre as divindades em si, posto que, para essas, não há qualquer evidência de que existam.

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    1. Eu não queria provar a existência da ideia de Deus, o que é uma obviedade, mas procurei traçar possiveis evidẽncias para o Ente em si.

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  6. aqui vou te mandar 3 videos voce poderia dizer o que voce acha sobre eles https://www.youtube.com/watch?v=ENobuM8MFQY https://www.youtube.com/watch?v=d-10EFV5u8s https://www.youtube.com/watch?v=Htk16F9VtQU https://www.youtube.com/watch?v=ENobuM8MFQY https://www.youtube.com/watch?v=CBPgi7hCBk4 e o melhor video contra o argumento cosmologico se voce refultar esses argumento eu me torno teista

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  7. Ei Respostas ao Ateísmo, sei que você pretende fazer um artigo falando melhor do argumento de Plantinga. Você deveria ver a refutação, perfeita :) , feita a esse argumento: https://www.youtube.com/watch?v=_kqwyp00HQw

    Se você achar algum problema nessa refutação, gostaria de saber qual é.

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