“Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus.” II Co 10.5
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Olá, tudo bem?
ResponderExcluirOlha, se não tivesse Tertuliano (se não me engano foi ele mesmo)declarado o cristianismo a religião oficial do Império Romano, certamente Voltaire nem teria ouvido falar de Jesus. Agora, como vc lida com o fato de que o cristianismo precisara de uma intervenção política para ser difundido, ao invés da intervenção divina? Obviamente, o cristianismo não possui diferença alguma de outras religiões em termos de veracidade. Pois assim como o cristianismo, nenhuma outra religião deixou de ganhar força pelas intermediações humanas, que estavam - e sempre estão - carregadas de interesses políticos e/ou pessoais.
Mas mudando um pouco de assunto, eu queria acrescentar que você deixou Nietzsche de fora da tirinha e que o que ele disse ainda hoje permanece irrefutável: "O Evangelho morreu na Cruz."
Saudações.
Salve, Sauloxicão.
ExcluirPrimeiro, foi Constantino e não Tertuliano quem declarou o cristianismo religião oficial do Império. Segundo, eu acredito que tudo que acontece no mundo acontece sob influência / permissão de Deus. Portanto, até uma intervenção "política", como você chamou como indiretamente uma intervenção "divina".
E eu não nego que houveram interesses pessoais envolvidos em propagar o cristianismo em algumas ocasiões da história, mas entenda que o fato de algumas pessoas na história usarem o cristianismo para benefícios e ambições próprias não leva a concluir logicamente que o cristianismo é falso. Este argumento é tão falacioso quanto afirmar que o teorema de pitágoras é falso porque 20 % (ou mesmo mais) dos alunos de uma classe o usaram de forma errada na prova de matemática.
Acompanhando sua mudança de assunto, Nieztsche acreditava que com o tempo, a ideia de Deus iria se tornar cada vez mais desnecessária para a humanidade. Hoje, 112 anos depois de sua morte, acho que estamos menos perto disto do que em sua época, já que o cristianismo vem crescendo de lá pra cá.
Abraços, Paz de Cristo.
Apenas uma retificação a ambos, se me permitem:
ExcluirConstantino apenas tornou lícito o Cristianismo, i.e., tirou o culto cristão da ilegalidade.
Mas é interessante notar que somente essa ação (e nada mais) elevou o Cristianismo à estatura de religião mais praticada no império. Cabe questionar, então, até que ponto a intervenção política agiu tornando a religião cristã hegemônica. Pelo que se pode depreender de uma leitura mais aprofundada da história, o Edito de Milão pode ter dado simplesmente visibilidade pública a um fenômeno indiscutivelmente há muito em curso: o aumento galopante de cristãos.
Tanto que depois, Juliano, o Apóstata, fez outra intervenção política, desta feita contra o Cristianismo, sem conseguir barrar o avanço da religião.
Quanto à decretação de religião oficial, quem fez foi Teodósio, em 380 A.D.
Por fim, um comentário à afirmação do Sauloxicão que diz o seguinte:
"se não tivesse Tertuliano (se não me engano foi ele mesmo)declarado o cristianismo a religião oficial do Império Romano, certamente Voltaire nem teria ouvido falar de Jesus"
O grande problema aí, para a compreensão da história, é o exercício do SE, como se fosse possível deduzir o futuro a partir de suposições condicionantes do passado. O que a ciência histórica tem mostrado, com sobras, é o oposto. Convido, inclusive, o Sauloxicão a refletir sobre o porquê de nenhum historiador se dedicar a previsões (ao contrário de intelectuais de outras áreas).
No exemplo em comento, não é possível estabelecer que Voltaire não teria conhecido o Cristianismo, se este não tivesse se tornado a religião oficial do Império Romano. Há, até, variáveis nesse problema que poderiam levar a pensar o contrário: o número de cristãos só fazia aumentar, mesmo na clandestinidade das catacumbas; o Império Romano do Ocidente já estava com seus dias contados e os povos germânicos, eslavos e asiáticos pouco estavam preocupados em extinguir os seguidores de uma religião; assim como o número de cristãos, a literatura de apologistas também aumentava mesmo em meio a perseguições - a de Décio, para citar só uma, não impediria Orígenes de refutar firmemente Celso.
Concluindo (prá valer, desta vez, rs): discordo da tese de um Cristianismo "salvo e propagado" graças a intervenções políticas. Mesmo que o fosse, concordo com o David, isso não seria inconciliável com uma interpretação teológica do ato político. Quanto a outra afirmação do Sauloxicão - de que o Cristianismo não seria diferente de outras religiões em termos de veracidade - só digo uma coisa: depende de crença. Somente um crente, arrimado na sua fé, pode afirmar que a sua religião é a verdadeira; ou que sua religião é a ÚNICA verdadeira; que todas as religiões são verdadeiras; e, também, que nenhuma religião é verdadeira.
Abraços
Obrigado pela contribuição, Eduardo Araújo.
ExcluirSeu nome não me é estranho... você já esteve por aqui outras vezes, não?
Abraços, Paz de Cristo.
Na verdade não é uma previsão, mas poderia ser uma possibilidade, sim. O cristianismo era a religião que mais crescia em Roma, fato que torna político a sua oficialização.
ExcluirQuanto a esta de só um crente arrimado em sua fé poder dizer sobre sua religião, é uma andar em círculos. É tipo: "Minha religião é certa pq tenho fé que ela é certa". É um dizer que não diz nada. Até pq um crente arrimado em sua fé seria incapaz de reconhecer ensinos virtuosos nas demais religiões, pois estas seria, na cabeça dele, religiões erradas.
Não há de quê, David.
ExcluirDiria, até, que contribuição e das mais inestimáveis é o que você nos tem dado com suas postagens.
Já apareci por aqui, antes, sim, comentando no post "Jesus, um plágio? (parte 2)". Para ser mais preciso, não foi nem um comentário, mas uma resposta enfurecida a uma provocação de um ateu, pelo quê me emendei depois.
Abraços, Paz de Cristo.
Sauloxicão,
ExcluirVocê comenta sobre andar em círculos. Antes, afirmou:
"se não tivesse Tertuliano (se não me engano foi ele mesmo)declarado o cristianismo a religião oficial do Império Romano, certamente Voltaire nem teria ouvido falar de Jesus."
Arrematando com a seguinte questão:
"como vc lida com o fato de que o cristianismo precisara de uma intervenção política para ser difundido, ao invés da intervenção divina?"
Agora, contudo, você diz isto:
"O cristianismo era a religião que mais crescia em Roma, fato que torna político a sua oficialização."
Ou seja, um belo exemplo de raciocínio circular: o Cristianismo crescia muito em Roma, fato que tornou político sua oficialização. Intervenção política esta que, por seu turno, foi necessária para difundir o Cristianismo, senão Voltaire jamais teria ouvido falar de Jesus...
Também achei interessante a sua expressão "dizer que não diz nada". É exatamente o que noto quando se fala de "possibilidades" em história.
Seria possível Voltaire nunca ter ouvido falar de Jesus, sem a intervenção política favorável? Digamos que SIM.
Seria possível Voltaire ouvir falar de Jesus, sem a intervenção política favorável? No confronto das possibilidades, SIM, também.
Enfim ... E daí?
O problema que citei a respeito de previsões em história não se resolve com um elenco de possibilidades. Justamente é um leque amplo de possibilidades que recomenda ao historiador muita cautela em prever um desdobramento ou supor o que aconteceria mudando os elementos de um fato passado.
No entanto, já vi essa "brincadeira" do "SE isso, então ..." desde a época em que lia a superinteressante (esse foi um dos motivos que me levaram cada vez mais a achá-la superdesinteressante :)). Ora, história não é uma ciência exata. Pode-se, claro, fazer uma interpretação e o exercício da digressão é livre para quem quiser. Mas no fim das contas sempre ficará apenas aquilo que de mais objetivo essa disciplina acrescentar ao conhecimento humano.
Quanto à parte final, talvez não tenha me expressado bem. Jamais passou pela minha cabeça usar uma tautologia como argumento. Seja como for, o pretendi dizer foi que as afirmações seguintes são, todas elas, afirmações de fé:
- minha religião é certa (relativismo fraco);
- minha religião é a única certa (crença religiosa despida de relativismo e de concessões ao politicamente correto);
- todas as religiões são certas (relativismo forte);
- nenhuma religião é certa (corresponde mais ou menos à sua alegação de que o Cristianismo é equivalente em veracidade aos demais credos);
Claro que podemos divergir quanto a essas afirmações serem afirmações de fé. Você, sendo ateu, certamente não concordará como último caso. Sem problemas. Apenas estou esclarecendo o que de fato quis dizer, ok?
Abraços
Obrigado mais uma vez pela bela exposição, Eduardo Araújo. Me poupou um tempo (que não tenho) de responder o Sauloxicão.
ExcluirAbraços, Paz de Cristo.
Eu gostaria de convidá-lo ao dar uma olhada em meu blog: http://pgsaocristianismo.blogspot.com.br/
ResponderExcluirEu penso de uma maneira completamente diferente da sua, mas acho que isso não impede de traçarmos um diálogo respeitoso e agregador para ambos.
Saudações!
Achei a proposta do seu blog interessante. Eu não tenho tido muito tempo nem para escrever no meu (as postagens que tenho publicado eu já escrevi há meses, elas já estavam programadas, mas quando eu tiver um tempo de sobra vou aparecer por lá sim.
ExcluirAbraços, Paz de Cristo.
Eu incluiria na imagem a profecia que Jesus fez a este respeito em Mateus 24:35: O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.
ResponderExcluirO Cristianismo só sobrevive pq tem muito idiota o alimentando....
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